ESG: Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), é a sigla que surgiu em 2004 em uma publicação do Banco Mundial em parceria com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de 9 países. O manuscrito, chamado Who Cares Wins (Ganha quem se importa), surgiu de uma provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes empresas do setor sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
Desde então, o termo vem ganhando cada vez mais visibilidade. De acordo com dados exclusivos da Semrush, plataforma de marketing digital, apenas em abril desde ano, a sigla “ESG” foi pesquisada 90,5 mil vezes, um aumento de 22,30% em comparação ao mês anterior. Já o termo “ESG o que é” foi pesquisado 27,1 mil vezes, crescendo 22,07% no período.
Na área financeira e empresarial, o ESG também tem causado impacto. De acordo com o levantamento feito pela Morningstar e pela Capital Reset, fundos ESG captaram R$2,5 bilhões em 2020 no Brasil – e passaram de R$3,1 bilhões para R$6,8 bilhões ao longo do ano de 2021, já considerando a valorização dos ativos no período. Enquanto o estudo ESG Radar 2023 da Infosys, afirma que os investimentos em ESG nas organizações devem chegar a US$53 trilhões até o ano de 2025 — um terço dos ativos globais sob gestão.
Ao longo dos últimos 20 anos, esse termo vem sendo discutido com mais frequência em vista da urgência em cumprir uma agenda positiva de integração desses fatores até 2030. E os impactos nas empresas durante mais de uma década tem sido evidente, pois o mesmo estudo da Infosys mostra que as iniciativas de ESG têm dado retorno financeiro para as companhias. Cerca de 90% dos participantes de oito regiões diferentes do mundo e 12 indústrias disseram que receberam um retorno moderado ou significativo. Muitas das organizações informaram que esse retorno veio em alguns anos e 41% disseram que observaram o valor do retorno sob esse investimento de 2 a 3 anos depois de suas implementações.
Diante disso, no Brasil, diversas organizações vêm mostrando o que tem feito para colaborar individualmente com esse objetivo.
De acordo com Heloisa Baldin, CEO da Iwá, investir em ESG pode trazer inúmeros benefícios para as empresas. Isso porque uma governança mais robusta aumenta os controles de risco e traz uma melhor gestão do portfólio de projetos da companhia ao estruturar de forma mais estratégica os controles internos e mecanismos de compliance, além de maximizar a eficiência operacional e reduzir custos.
“As empresas que adotam a filosofia ESG são mais propensas à inovação porque são capazes de responder à demanda de novos produtos sustentáveis criando um círculo virtuoso de manutenção da lucratividade e benefício ao planeta por usar menos água, menos recursos e produzir menos lixo nos seus processos”, afirma Heloisa.
Ela conta que organizações que têm práticas voltadas para o ESG retêm e atraem mais talentos. “Os colaboradores sentem mais senso de propósito no trabalho ao perceber que estão em um ambiente corporativo com valores parecidos com os seus. Para as novas gerações, um compromisso claro da empresa com responsabilidades ambientais e sociais é fundamental“, conclui.