71% das mulheres na área de TI relatam trabalhar mais horas para conseguir promoção, segundo pesquisa

31% das mulheres têm a percepção de que homens são promovidos mais rapidamente

Imagem: DC Studio

A Acronis, empresa especializada em cibersegurança e proteção de dados, divulgou nesta quinta-feira (10) um estudo que revelou como o setor de tecnologia da informação (TI), historicamente dominado por homens, continua com poucas oportunidades de desenvolvimento de carreira para mulheres.

A pesquisa intitulada “The New FOMO: Females Fear Missing Opportunities in IT” examina o conceito de “Female Fear of Missing Out”, uma adaptação do tradicional FOMO (Fear of Missing Out). Originalmente, o termo refere-se à ansiedade de perder eventos ou informações que possam melhorar a vida pessoal ou profissional. Neste estudo, o foco está nas preocupações enfrentadas por mulheres, especialmente no setor de TI, em relação à possibilidade de perder oportunidades de crescimento na carreira. Fatores como falta de mentoria, políticas inadequadas de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e, em muitos casos, uma cultura de exclusão, agravam esse cenário.

Para obter uma visão sobre o estado atual da diversidade de gênero em TI, a Acronis encomendou uma pesquisa com funcionárias de diversas empresas para avaliar seus sentimentos sobre igualdade na indústria e explorar o que os empregadores podem fazer para incentivar mais mulheres a considerar carreiras profissionais no setor.

As descobertas da pesquisa revelaram que, embora 32% das respondentes já acreditem que homens e mulheres são tratados de forma igual no local de trabalho, 31% das mulheres ainda acreditam que os homens são promovidos mais rapidamente. Já 71% das mulheres relataram trabalhar mais horas que o contrato exige para tentar melhorar suas chances de progredir na carreira.

Em uma outra pesquisa, produzida por especialistas da Universidade de Yale, essa lentidão na promoção de mulheres deve-se ao fato de que gerentes homens subestimam o potencial das funcionárias.

Outro estudo de 2009, realizado pelo Centro Nacional para Mulheres e Tecnologia da Informação (CNMTI), indicou que as mulheres estão concentradas em cargos de entrada e/ou nível médio de TI, e sua presença diminui rapidamente quanto mais alta é a função. Segundo o relatório, 41% das mulheres (e 17% dos homens) deixam empresas de tecnologia após 10 anos de serviço se não alcançaram posições de liderança.

Ainda de acordo com a pesquisa da Acronis, 63% das mulheres na indústria de tecnologia/TI relataram que sentem a falta de liderança feminina em cibersegurança, e 84% das mulheres empregadas em TI concordam que as organizações de tecnologia se beneficiariam com mulheres em cargos de comando.

Em relação às oportunidades de desenvolvimento de carreira, 34% das respondentes concordam apenas parcialmente que há programas adequados de treinamento para que as mulheres avancem em suas carreiras. As aulas magistrais, cursos de aprendizado e workshops foram classificados como as atividades mais importantes em que as mulheres acreditam que deveriam participar (63%), seguidos por eventos de networking (58%) e associações em organizações profissionais (44%).

Oportunidades de mentoria (51%), contratação ativa de mais candidatas diversas (49%) e equidade salarial (49%) estavam entre as principais iniciativas que as entrevistadas disseram que suas organizações poderiam fazer mais para equilibrar a igualdade de gênero no local de trabalho.

“Para avançar na igualdade de gênero na indústria de tecnologia, devemos reconhecer que incentivar as mulheres a assumirem funções em TI não é apenas um imperativo moral, mas uma vantagem estratégica que apresenta oportunidades únicas tanto para as mulheres quanto para as organizações que as contratam”, disse Alona Geckler, SVP de Operações de Negócios e Chefe de Gabinete da Acronis. “Ao contratar mulheres para funções em TI, as empresas ganham uma riqueza de perspectivas e ideias inovadoras impulsionadas pela criatividade e habilidades aprimoradas de resolução de problemas. Isso não apenas fortalece as equipes, mas posiciona as organizações de TI para atender melhor às diversas necessidades de seus clientes em um cenário digital cada vez mais complexo, dando-lhes uma vantagem competitiva significativa”, completou.

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