A diversidade dos trabalhadores da Zona Franca de Manaus (ZFM) é um dos caminhos mais eficazes para ampliar as práticas de ESG na região Amazônica, com a inclusão de, por exemplo, igualdade de gênero, indígenas, apoio a refugiados e a valorização da população com mais de 50 anos no mercado de trabalho. Essa foi uma das tendências apontadas nesta segunda-feira (25), no Fórum de ESG Amazônia: Desenvolvimento Sustentável na Indústria, promovido pelo CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) em parceria com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus).
“O grande foco de todos nós deve ser o social. Precisamos trabalhar cada vez mais para encontrar soluções na Amazônia que nos tragam mais produtividade e renda ao nosso povo”, sugeriu Denis Minev, CEO da Bemol, durante sua apresentação. Toda a programação do Fórum foi pensada para dar visibilidade aos debates envolvendo o ESG na Amazônia, ressaltar a participação dos povos indígenas da região e mostrar como os projetos e metas da agenda ESG podem contribuir com o futuro das próximas gerações.
Durante o encontro, foram apresentados cases como o do município de Itacoatiara, onde a empresa Bemol estabeleceu um centro de desenvolvimento de software, em que bolsas de estudo foram oferecidas com o objetivo de reduzir a evasão de estudantes e recrutar talentos locais. A companhia também tem expandido sua infraestrutura de fibra óptica para municípios do interior do Amazonas, com a finalidade de levar transformação digital e redução da exclusão nesses locais.
“É fundamental entender que a Amazônia só prosperará com bons cérebros e que eles precisam ser estimulados. Temos infinitos recursos naturais, por isso precisamos de pessoas produtivas. Compreendemos que no DNA amazônico existem todas as ferramentas para sermos competitivos com qualquer lugar do mundo“, destacou o executivo.
Compartilhamento de experiências
O presidente do Conselho Superior do CIEAM, Luiz Augusto Rocha, propôs para as empresas irem além do diálogo. “É importante ressaltar a singularidade da região amazônica, que, por sua biodiversidade incomparável, tem grande importância para o equilíbrio climático global e está no centro de todos os temas debatidos hoje. Queremos ir além do diálogo. Nesse Fórum, criamos um espaço de ação coletiva, onde as melhores práticas de sustentabilidade e governança podem ser compartilhadas e discutidas“, explicou.
“Essa conferência foi essencial, pois o estado do Amazonas precisa mostrar que está integrado à modernidade e na busca do aperfeiçoamento das questões relativas ao ESG. Temos uma responsabilidade imensa de evoluir tecnologicamente. Precisamos encontrar diretrizes para os próximos 50 anos da nossa região”, acrescentou o superintendente da Suframa, Bosco Saraiva, também presente no encontro.
Organizadora do Fórum, a coordenadora da Comissão de ESG do CIEAM, Régia Moreira Leite, comentou sobre a iniciativa e reforçou a necessidade de o público conhecer as ações das indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) voltadas para a área de ESG. “Nós estamos no meio da floresta amazônica, no coração do mundo, estamos aqui para defender essa floresta e engajar todas as indústrias que aqui estão sobre a importância de ter os pilares de ESG em seus negócios e levar o público a conhecer que muitas empresas e indústrias instaladas na ZFM (Zona Franca de Manaus) já promovem regularmente medidas relacionadas ao tema“, destacou ela.
Entre as autoridades presentes no Fórum, estavam o deputado estadual Wilker Barreto, representando a Assembleia Legislativa do Amazonas; a secretária executiva-adjunta de Relações Institucionais da Sedecti (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação), Tayana Rubim, representando o Governo do Estado; o diretor de relações institucionais da Rede Amazônica, Phelippe Daou Neto; e o chefe de comunicação estratégica do CMA (Comando Militar da Amazônia), Coronel Luiz Cláudio.
O evento foi realizado no prédio da Suframa, em Manaus, e ainda pode ser assistido on-line, no YouTube, neste link.