A destruição das lavouras de soja no Rio Grande do Sul pode elevar não só os preços do óleo, como os das carnes de frango e de porco, dizem consultorias do setor. O Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de soja do Brasil.
No primeiro trimestre, o estado desempenhou um papel crucial ao manter os níveis de exportação elevados, especialmente após a seca enfrentada pelo Centro-Oeste, contribuindo assim para a estabilidade do mercado.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa era de que o estado do Rio Grande do Sul colhesse cerca de 20 milhões de toneladas de soja. De acordo com consultorias do setor, a estimativa das perdas da soja no pé varia de 2,5 milhões a 5 milhões de toneladas. Além disso, há as perdas não quantificadas da soja que estava armazenada em silos e armazéns.
Na última quinta-feira (9), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou um pequeno aumento de 100 mil toneladas na estimativa da safra de soja do Brasil. Este aumento ocorreu quando a colheita está próxima de ser concluída, no entanto, essa revisão não considerou os possíveis impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. A queda nas exportações após a perda no RS pode gerar uma disputa pela soja como matéria-prima.
Os principais produtos afetados serão o farelo de soja, utilizado na fabricação de ração animal, o óleo de soja, destinado ao consumo humano, e o biodiesel. No Brasil, 65% da produção de biodiesel é feita a partir do óleo de soja.
A ração animal feita com soja desempenha um papel crucial nas cadeias de produção de frango e carne suína, sendo a principal fonte de proteína na alimentação desses animais. Com o aumento dos custos de produção devido à elevação dos preços da ração, é esperado que esse aumento se reflita nos preços dos produtos finais nas gôndolas dos supermercados.