De acordo com dados divulgados nesta terça-feira, 28 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a prévia da inflação ficou em 0,44% em maio, o que corresponde a alta de 0,23 ponto percentual sobre a taxa registrada em abril (0,21%). No ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), acumula elevação de 2,12% e, em 12 meses, de 3,70%, abaixo dos 3,77% observados nos 12 meses anteriores. Em maio de 2023, o IPCA-15 foi de 0,51%.
O levantamento Focus do Banco Central desta segunda-feira, 27 de maio, também apontou que a expectativa do mercado é de alta na inflação pela terceira semana consecutiva, medida pelo IPCA.
Para o economista Fabio Ongaro, também CEO da Energy Group e Vice-presidente de finanças da Italcam, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo deve chegar ao percentual de 3,85 até o final de 2024, mais próximo do equilíbrio almejado somente em 2025, com variações entre 3,75 e 3,80%.
“O Banco Central está confiante sobre a qualidade dos indicadores e sobre o trend sólido que o País vem mostrando, mas está segurando a queda de juros para manter o controle sobre os indicadores da inflação, principal fator de preocupação dos investidores. Pessoalmente, entendo que tal segurança não é compartilhada pelos empresários que percebem uma ‘temperatura’ da economia diferente, que gera uma maior desconfiança sobre o futuro, talvez ainda liderada pela sensação de descontrole sobre os gastos públicos internos”, comenta.
Para ele, esse nível de inflação tem implicações significativas para a política monetária, o poder de compra dos consumidores, os investimentos e o setor empresarial. A estabilidade econômica e a confiança dos agentes de mercado são cruciais para garantir que a inflação se mantenha dentro da meta – dessa forma, promove um ambiente favorável ao crescimento econômico sustentável.
O CEO da Energy Group e Vice-presidente da Italcam acrescenta ainda que, no âmbito empresarial, a inflação afeta os custos de produção das empresas, incluindo matérias-primas, energia e mão de obra, que podem ser repassados aos consumidores, impactando nos preços finais dos produtos e serviços. “O cenário leva as companhias à necessidade de ajustes nas estratégias de preços, salários e investimentos com base nas expectativas de inflação. Uma previsão de inflação estável permite um planejamento mais eficaz e reduz a incerteza”, conclui Ongaro.