O dólar apresenta volatilidade nesta terça-feira (18), alternando entre altas e baixas, após declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o Banco Central do Brasil (BC) é a “única coisa desajustada” no país, e que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, “trabalha para prejudicar o país”.
A afirmação vem na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que acontece nesta quarta-feira (19) e vai definir o rumo da Selic, taxa básica de juros. A expectativa do mercado é que o colegiado mantenha os juros inalterados em 10,50% ao ano.
Às 09h35, o dólar caía 0,08%, cotado a R$ 5,4169. No entanto, na máxima do dia, já bateu R$ 5,444. No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,73%, cotada a R$ 5,4214. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4304.
Numa semana em que os olhos do mercado doméstico estão voltados para o Copom, na expectativa por qual será a postura do BC em relação aos juros, as novas declarações do presidente Lula pesam negativamente sobre os ativos brasileiros, o que ajuda a explicar a desvalorização do real em relação ao dólar.
Além disso, outro fator que tem impulsionado o dólar nas últimas semanas é a perspectiva de juros altos por mais tempo nos Estados Unidos. Analistas previam que o Federal Reserve deveria iniciar um ciclo de corte nas taxas no começo do ano, o que não aconteceu. Agora, o mercado espera que isso ocorra somente uma vez nos últimos três meses de 2024, tendo em vista que a economia dos Estados Unidos se mostrou resiliente durante todo o primeiro semestre.