Hoje, mesmo após uma sequência de cinco sessões consecutivas de alta, as taxas dos DIs começaram a terça-feira com aumentos significativos e mantiveram-se assim após declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante um evento na Europa, em meio às crescentes preocupações com o risco fiscal.
Por volta das 12h45, a taxa dos Depósitos Interfinanceiros para janeiro de 2027, um dos contratos mais líquidos, estava em 12,13%, marcando um aumento de 6 pontos-base em relação ao ajuste do dia anterior. Este movimento ocorre paralelamente ao fortalecimento do dólar frente ao real.
Pela manhã, antes mesmo da abertura do mercado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista à rádio Sociedade, de Salvador, que tomará “alguma medida” em resposta à alta do dólar, mas optou por não detalhar as ações específicas “para não alertar meus adversários”.
Lula também voltou a criticar o BC, dizendo que a autarquia não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado. Os comentários em relação ao BC somam-se às falas do presidente nos últimos dias, que vêm sendo apontadas por profissionais do mercado como um dos principais motivos para que o dólar tenha disparado ante o real e a curva de juros esteja em forte alta no Brasil.
Neste início de tarde, a curva a termo precificava 41% de chances de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% no fim deste mês e 59% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. Estes percentuais contrastam com o que era visto na última sexta-feira, quando a precificação estava em 70% pela manutenção e 30% pelo aumento.