CCOs (Chief Compliance Officers) serão mais pressionados pelos próximos dois anos a seguir à risca novas regras e padrões, segundo pesquisa Global de CCO, da KPMG. O compliance das empresas tem sofrido grandes pressões de regulamentação e a tendência é só aumentar, especialmente das companhias de capital aberto.
O tema de pesquisa esse ano foi centrado nas pressões antecipadas de expectativas altamente regulamentárias para os próximos dois anos. Essa pesquisa denota a necessidade de uma estratégia de adaptação por parte das empresas. Os executivos estão focando em áreas críticas de melhoras, como a cibersegurança. Existe também um maior foco na privacidade de dados, na proteção de dados sensíveis de usuários e clientes. Como a tecnologia ganha uma função cada vez mais imprescindível, os CCOs estão aumentando o orçamento de seus setores tecnológicos – uma ação empresarial estratégica para o compliance.
Além da questão estratégica, a pesquisa também foca nos desafios que estão surgindo com as novas regulamentações e a análise de dados e seu monitoramento. Dessa forma, é esperado um conselho cada mais ativo na supervisão do compliance, aumentando a relação entre posições de lideranças e as funções regulamentárias.
Pelo levantamento, 84% dos executivos acreditam que suas empresas provavelmente enfrentarão expectativas regulatórias cada vez maiores nos próximos dois anos, com a maior pressão vindo de clientes, reguladores e políticas sociais/percepção pública. Já 34% dos profissionais veem os novos requisitos regulatórios como o maior desafio para seus esforços de conformidade.
Regulamentação e ESG
O ESG, dentro das pressões regulatórias, não para de crescer, tanto em empresas brasileiras quanto em empresas ao redor do mundo. As empresas de capital aberto, que parecem estar mais maduras em relação ao tema, tendem a ter uma exposição maior por conta de suas publicações, bem como seus relatórios de sustentabilidade, GRI, relatório integrado e estratégias financeiras.
Apesar do compliance estar crescendo em grandes empresas, ainda parece não ter sua devida importância entre as menores. As companhias abertas possuem a obrigatoriedade de estruturas de auditoria interna, risco e compliance, graças à última revisão do Novo Mercado da B3 – o que apesar de ser bom, denota a diferença entre os dois tipos de instituições.
Segundo Cristiana Pereira, sócia fundadora da ACE Governance, consultoria especializada em governança e mercado de capitais, para a Capital Aberto, as empresas não deveriam apenas cumprir as regras, mas criar um ambiente de antecipação e uma cultura de integridade, tanto de normas externas quanto de procedimentos internos.