A XP elevou o preço-alvo das ações da Sabesp de R$ 110 para R$ 123, após a conclusão do processo de privatização da maior companhia de saneamento do Brasil. Na semana passada, o estado de São Paulo arrecadou R$ 14,77 bilhões com a venda de ações da empresa, com cada papel sendo vendido a R$ 67.
Com isso, a consultoria mantém a recomendação de compra, com um risco avaliado em 27 pontos na escala de 0 a 100. “Acreditamos que o controle da Equatorial impulsionará o processo de turnaround (reestruturação) da Sabesp devido à sua experiência em recuperação operacional no setor. Por outro lado, consideramos que o principal risco para a Sabesp agora é implementar o agressivo plano de Capex (investimentos de longo prazo) exigido pelas autoridades”, disse a XP em nota.
A consultoria ainda afirma que sob novo comando, a Sabesp “poderá aproximar suas receitas do nível regulatório, adotando uma política de descontos mais assertiva e reduzindo discrepâncias nos erros de faturamento”.
Com a privatização, um novo contrato de concessão terá a aplicação de um novo conjunto tarifário, com redução de 1% para residências, 0,5% para comércio e indústria e 10% para famílias de baixa renda atendidas pelas chamadas “tarifa social” e “tarifa vulnerável”, afirmou o governo estadual.
A Equatorial Energia, que até então atuava no setor de saneamento apenas por meio de uma pequena operação no Amapá, tornou-se investidor estratégico da Sabesp no final de junho, adquirindo uma participação de 15% na companhia com um investimento de cerca de R$ 7 bilhões, sem enfrentar concorrência.
Em contrapartida, a consultoria afirma que a Sabesp precisará de R$ 70 bilhões em investimentos a longo prazo para alcançar a universalização e atender a outras questões contratuais, o que representa 2,7 vezes o Capex dos últimos cinco anos.