A cada dois anos, o Brasil realiza a maior eleição informatizada do mundo. Mais de 150 milhões de eleitoras e eleitores espalhados pelos 5,5 mil municípios do país contam, desde 2000, com eleições 100% informatizadas. Toda essa estrutura recebe ainda a fiscalização de partidos políticos, de entidades públicas e privadas e da sociedade civil para comprovar a transparência e a segurança do sistema eletrônico de votação.
Um ano antes do pleito, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lança o Ciclo de Transparência Democrática, que marca o início de 40 oportunidades de auditorias das urnas eletrônicas e dos sistemas eleitorais, afirmando o compromisso da Justiça Eleitoral com um processo de votação confiável e transparente.
Etapas
Antes das eleições, ocorre um dos momentos mais importantes de auditoria do processo eleitoral: o Teste Público de Segurança da Urna (TPS). O evento é a oportunidade de unir sociedade e Justiça Eleitoral no trabalho de aperfeiçoamento da segurança dos sistemas eleitorais. O Teste da Urna acontece, preferencialmente, no ano anterior às eleições.
Na véspera da eleição, é realizado o Teste de Integridade, que é uma auditoria no funcionamento da urna eletrônica. O objetivo é demonstrar que a urna está funcionando perfeitamente e que o voto nela digitado é o mesmo voto que foi, previamente, assinalado.
Além disso, no dia das eleições, é feito o teste de autenticidade dos sistemas eleitorais. A urna é ligada na seção eleitoral, e é feita a conferência dos resumos digitais, certificando que os sistemas da urna eletrônica são os mesmos que foram abertos, compilados, assinados e lacrados pelo TSE.
Após as eleições, cidadãs e cidadãos têm também uma importante ferramenta para auditar os votos divulgados pelo TSE: o Boletim na Mão. É um aplicativo desenvolvido pela Justiça Eleitoral que permite a captura do QR Code dos Boletins de Urna de qualquer seção eleitoral do país para a conferência dos resultados.
Além de todas essas possibilidades de auditoria, o Tribunal entrega, até 100 dias após as eleições, dados, arquivos e relatórios gerados durante todo o processo eleitoral. Os arquivos são publicados no Portal de Dados Abertos do TSE para consulta pública por parte de qualquer pessoa interessada.
O voto eletrônico é adotado por pelo menos 46 nações, e segundo o Instituto para Democracia e Assistência Eleitoral Internacional (Idea), 16 países adotam máquinas de votação eletrônica de gravação direta. Isso significa que não utilizam boletins de papel e, assim, registram os votos eletronicamente, sem qualquer interação com cédulas.