O Idesam, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), realiza em cinco municípios do Amazonas um projeto que apoia as cadeias de valor florestais para a madeira e o extrativismo, fortalecendo seis organizações sociais e a marca coletiva das comunidades Inatú Amazônia, inicialmente apoiada pelo Fundo Amazônia desde 2018.
Após seis meses de atividades, as organizações sociais celebram a geração de renda de aproximadamente R$ 1,9 milhões, resultantes de 119 vendas para 52 clientes regularmente identificados, totalizando a comercialização de 34 toneladas de produtos não madeireiros, além de 4,8 mil unidades de produtos fracionados em embalagens de 10 a 1.000 ml. São mais de 400 famílias atuando nesta iniciativa e que estão à frente das comercializações.
Ao todo, mais de 480 pessoas participaram das ações e atividades desenvolvidas pelo projeto, como capacitações técnicas, fortalecimento produtivo e organizacional e assistência técnica produtiva, nas regiões de Apuí, Caruaru, Itapiranga, Lábrea, São Sebastião do Uatumã. Desse total, cerca de 18% do público é composto por mulheres.
“A maior parte dos produtores extrativistas que moram nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, principalmente na área de atuação deste projeto, não estão familiarizados com o tema da gestão do empreendimento. E isso é um dos enfoques do projeto, trabalhar a capacidade de gestão organizacional, produtiva e de empreendedorismo, que consequentemente impacta de forma positiva na produção do campo, na gestão, na rastreabilidade do produto e nas boas práticas produtivas, e possibilita melhorar a produtividade e ganho financeiro para os produtores”, afirma Marcus Biazatti, coordenador de Projetos do Idesam.
O projeto teve sua etapa inicial com a abertura de chamamento público para recepção de propostas de apoio. Ao se inscrever na iniciativa, as organizações preencheram um formulário onde apresentaram os principais gargalos de suas atividades.
“Acreditamos que o desenvolvimento de atividades produtivas sustentáveis, protagonizadas pelos moradores das comunidades ribeirinhas, conectadas com o mercado consumidor atento aos anseios da sustentabilidade, é um dos melhores mecanismos para manter a sociobiodiversidade e a conservação da Amazônia. Além disso, a iniciativa evita êxodo rural e fortalece a defesa do território pelas populações”, reforça Biazatti.
O desafio da iniciativa agora será a implementação de um aplicativo para o manejo florestal comunitário e identificação botânica das espécies madeireiras para os planos de manejo comunitários. Ao término do projeto, será realizada uma comparação entre a realidade das cadeias produtivas antes e após a iniciativa.