Os Fiagros, fundos que investem na cadeia produtiva do agronegócio, atingiram um patrimônio líquido de R$ 41,96 bilhões ao final do terceiro trimestre de 2024, com um crescimento mensal de 13% e uma alta de 124,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (25) na mais recente edição do Boletim do Agronegócio , publicada trimestralmente pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O principal destaque do período foi o desempenho dos Fiagros-FIDC , fundos que investem em direitos creditórios, que representam 45% do total. Pela primeira vez, esse tipo de fundo superou os Fiagros-FII , que alocaram recursos no mercado imobiliário e somaram 43% .De acordo com o Boletim, a maioria dos Fiagros (63%) possui entre 2 mil e 5 mil cotistas , e 12 produtos já alcançaram a marca de 15 mil investidores .
O volume financeiro do agronegócio também cresceu no mercado de capitais como um todo, com alta de 22,7% em 12 meses, contra 6% de evolução do todo. No fim de setembro, a CVM apresentou a regulação específica que irá reger os Fiagros, criando uma nova modalidade de multimercado, e prevendo estímulo para participação no mercado de carbono. As regras entram em vigor no dia 3 de março de 2025.
Afetados por casos de inadimplência ao longo do ano, os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) dominam as carteiras dos Fiagros, que têm R$ 10,9 bilhões aplicados no instrumento. Na sequência aparecem direitos creditórios (R$ 4,6 bilhões) e bens imóveis (R$ 3,7 bilhões).
Considerando todos os CRAs, dentro e fora do arranjo de Fiagros, esses títulos respondem por R$ 147,4 bilhões de lastro em direitos creditórios, um crescimento de 47,7% nos últimos 12 meses. No entanto, houve aumento na participação dos investidores profissionais: 58%, ante 49% no segundo trimestre.