Apesar das preocupações generalizadas de que a IA generativa poderia influenciar as principais eleições ao redor do mundo neste ano, a tecnologia teve um impacto limitado nas plataformas da Meta, afirmou a empresa de tecnologia na terça-feira.
Nick Clegg, presidente de assuntos globais da Meta, declarou em coletiva de imprensa que redes coordenadas de contas tentando espalhar propaganda ou conteúdo falso falharam em construir uma audiência significativa no Facebook e Instagram ou em usar a IA de forma eficaz. Ele também destacou que o volume de desinformação gerada por IA foi baixo, e a Meta conseguiu rotular ou remover rapidamente o conteúdo problemático.
O panorama apresentado pela Meta ocorre em um momento em que especialistas em desinformação afirmam que o conteúdo gerado por IA ainda não conseguiu influenciar significativamente a opinião pública. Vídeos e áudios deepfake notáveis, como os que imitam a voz do presidente Joe Biden, foram rapidamente desmascarados.
Segundo Nick Clegg, redes coordenadas de contas que espalham conteúdo falso estão migrando cada vez mais para outras plataformas de mídia social e aplicativos de mensagens com menos proteções de segurança ou criando seus próprios sites para permanecerem ativos. Ele também revelou que a Meta desmantelou cerca de 20 operações secretas de influência em suas plataformas ao longo deste ano.
A Meta reconheceu ter recebido feedback de usuários que relataram remoções injustas de seus conteúdos, e agora a empresa buscará equilibrar a proteção da liberdade de expressão com a aplicação mais precisa de suas regras, afirmou Nick Clegg.
“Sentimos que, provavelmente, exageramos um pouco”, disse ele. “Embora tenhamos focado em reduzir a prevalência de conteúdo prejudicial, também queremos redobrar nossos esforços para melhorar a precisão e a exatidão na aplicação de nossas políticas.”
Alguns legisladores republicanos expressaram preocupação com o que consideram censura de determinados pontos de vista nas mídias sociais. Em uma carta enviada em agosto ao Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, reconheceu que a empresa lamenta algumas remoções de conteúdo realizadas em resposta à pressão do governo Biden.