O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne na próxima terça-feira, 9 de dezembro, para decidir sobre a taxa Selic. De acordo com o Paraná Banco Investimentos, o colegiado, em decisão unânime, deve aumentar mais uma vez a taxa em 0,75 p.p. Com isso, a Selic fechará o ano em 12%.
Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, a decepção com o anúncio do pacote fiscal, a elevação do câmbio e a pressão inflacionária são os principais motivos para a alta da Selic. “O Brasil sofre uma forte crise de credibilidade, onde os investidores não conseguem enxergar que o governo irá controlar o crescimento da dívida pública, que subiu de 71,68% para 78,64% do PIB no atual mandato e deve fechar 2026, último ano do atual governo, em 84,1%”, afirma Oliveira.
Sobre a trajetória de alta da Selic, Oliveira comenta: “Já que o país não teve um choque fiscal, terá que ter um choque monetário para controlar a inflação, que pode levar a Selic para o patamar de 14% novamente em 2025.“
O IPCA segue em alta, longe da meta de 3%. Diante desse cenário, a projeção do Paraná Banco Investimentos é que a inflação será de aproximadamente 4,75% em 2024. A inflação tem acelerado, principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que, segundo Oliveira, deve se manter pressionado pela recente alta do dólar: “O dólar saiu de R$ 5,40 para R$ 6,00 nos últimos 2 meses, isso ainda não foi totalmente repassado nos preços para o cliente final e, portanto, deve continuar pressionando a inflação.”
Sobre o câmbio, que nos últimos dias ultrapassou R$ 6,00 por dólar, Oliveira acredita que essa pressão cambial deve permanecer: “O dólar teve uma valorização mundial após a eleição presidencial americana, porém no Brasil a desvalorização foi maior. O câmbio só deve se desvalorizar se o cenário fiscal no Brasil melhorar“, afirma Oliveira.
Para os investidores, a renda fixa vem se tornando ainda mais competitiva nas últimas semanas, sendo a melhor opção para quem quer bons retornos e menos risco, porém recomenda-se os papéis pós-fixados neste cenário de novas altas da Selic.