O aumento da tributação sobre compras realizadas em sites internacionais, como Shein e AliExpress, está movimentando o mercado e levantando discussões sobre os impactos para consumidores e empreendedores brasileiros. No início deste mês, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação (Comsefaz) debaterão a possibilidade de elevar o ICMS sobre produtos importados de 17% para 25%. A mudança, somada ao fim da isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50 em agosto deste ano, pode aumentar o preço final dos produtos importados em até 60%, conforme afirmaram empresas como Shein e AliExpress. Esse cenário pressiona tanto o consumidor final quanto os varejistas nacionais que competem diretamente com essas plataformas globais.
Para Rodrigo Giraldelli, CEO da China Gate e especialista em comércio exterior entre Brasil e China, esse momento exige adaptação e visão estratégica por parte dos empreendedores brasileiros. “O aumento da tributação sobre produtos importados, somado ao fim da isenção para compras de até 50 dólares, está tornando muitos itens vindos do exterior significativamente mais caros para o consumidor brasileiro. Isso gera um impacto direto no bolso e força uma mudança no comportamento de compra. No entanto, esse cenário também cria uma oportunidade única para os empreendedores locais se diferenciarem, seja apostando em marcas próprias ou em produtos mais competitivos no mercado nacional,” afirma.
Giraldelli destaca que importar produtos diretamente da China para criar uma marca própria é uma alternativa viável e vantajosa. “Ter uma marca própria é mais fácil do que parece. A China cresceu fabricando marcas próprias para o mundo. Importar diretamente da China produtos com sua própria marca é uma forma de reduzir custos e aumentar a margem de lucro no Brasil”, explica.