A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou mais do que o esperado em janeiro, reforçando a cautela do Federal Reserve em relação a cortes nos juros. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,5% no mês passado, após um avanço de 0,4% em dezembro, segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS). No acumulado de 12 meses até janeiro, a inflação chegou a 3,0%, acima dos 2,9% registrados em dezembro.
O resultado superou as previsões dos economistas consultados pela Reuters, que estimavam um avanço mensal de 0,3% e uma taxa anual de 2,9%. O dado reforça o argumento do Fed de que não há urgência em cortar os juros, em meio às incertezas sobre a economia.
O Bureau of Labor Statistics (BLS) atualizou os pesos e os fatores de ajuste sazonal do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) para refletir os movimentos de preços em 2024. Parte do aumento da inflação em janeiro pode estar ligada à estratégia de empresas que costumam reajustar preços no início do ano.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou aos legisladores na terça-feira que “a inflação moderou-se um pouco mais no ano passado”, mas destacou que “o progresso recente tem sido irregular”. A taxa de inflação segue acima da meta de 2% do banco central dos EUA, o que reforça a cautela da autoridade monetária.
As chances de um corte nos juros neste ano estão diminuindo, em meio à crescente incerteza sobre o impacto das políticas comerciais, de imigração e fiscais do governo Trump na economia.
O núcleo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que exclui os componentes voláteis de alimentos e energia, registrou alta de 0,4% em janeiro, acelerando em relação ao avanço de 0,2% em dezembro. Economistas apontam que a tendência de leitura mais elevada no início do ano pode indicar que os efeitos sazonais ainda persistem nos dados, mesmo após ajustes.
No acumulado de 12 meses até janeiro, o núcleo do IPC subiu 3,3%, acima dos 3,2% registrados em dezembro, reforçando a cautela do Federal Reserve quanto a um possível corte de juros.