O delivery segue avançando globalmente em meio à busca do consumidor por opções mais flexíveis e convenientes para se alimentar. No Brasil, o modelo ganha força com o sucesso de plataformas como o iFood, além do aumento de dark kitchens em circulação.
De acordo com dados da Statista, o Brasil responde por 1,51% da receita global do segmento de delivery de comida. No total, o setor movimenta US$ 1,40 trilhão em todo o mundo.
A pandemia foi um fator determinante para a consolidação do delivery, que se manteve em alta mesmo após o fim das restrições. Além disso, o modelo se mostrou uma alternativa economicamente viável para empresários do setor alimentício.
O impacto da pandemia no mercado de delivery no Brasil
O setor alimentício foi um dos mais afetados pela pandemia de Covid-19. Com as medidas de distanciamento social, os restaurantes precisaram fechar suas portas, e os hábitos alimentares da população passaram por grandes mudanças.
Em 2020, primeiro ano da crise sanitária, o prejuízo para bares e restaurantes no Brasil chegou a R$ 60 bilhões. Diante desse cenário, muitos empresários buscaram alternativas para manter seus negócios ativos.
O aumento da demanda por serviços de delivery foi uma das principais soluções encontradas. Restaurantes passaram a depender dessas plataformas para manter o contato com os consumidores sem a necessidade de atendimento presencial.
Ao mesmo tempo, as dark kitchens começaram a se multiplicar. Esse modelo de negócio, que opera apenas com delivery, se mostrou uma alternativa eficiente e rentável, eliminando a necessidade de um espaço físico para atendimento ao público.
Tendências que moldam o setor de delivery no Brasil
Nos próximos anos, as cozinhas para delivery devem ganhar ainda mais espaço e vão representar metade dos serviços de alimentação até 2030. Esse modelo é uma alternativa de menor custo para empresários, principalmente em um cenário de desafios econômicos.
Outras tendências que devem impactar o setor incluem:
- Inteligência artificial: a automação de processos aumenta a eficiência, enquanto a análise de dados melhora a tomada de decisões e a experiência do usuário.
- Entrega por drones: veículos autônomos com rotas programadas já estão sendo testados para otimizar a logística das entregas.
- Cardápios inteligentes: menus personalizados com base no perfil do consumidor ampliam o alcance e incluem opções para restrições alimentares e preferências individuais.
- Sustentabilidade: embalagens ecológicas e práticas que reduzem o desperdício ganham importância, refletindo a preocupação dos consumidores com o meio ambiente.
- Alimentação saudável: a demanda por opções mais saudáveis vem crescendo, por conta da maior preocupação com a saúde e o bem-estar.
Desafios para as plataformas de delivery no Brasil
Apesar do crescimento projetado, o setor de delivery enfrenta desafios que devem ser superados nos próximos anos. Novas empresas que desejam entrar nesse mercado precisam estar atentas a aspectos como:
- Concorrência interna: o iFood domina o mercado brasileiro, dificultando a entrada de novos concorrentes. Além disso, muitos restaurantes têm investido em plataformas próprias, aumentando a disputa.
- Logística e eficiência: com consumidores cada vez mais exigentes, as empresas precisam acompanhar os avanços tecnológicos para garantir entregas ágeis e de qualidade, tanto em áreas urbanas quanto remotas.
- Regulamentação e custos trabalhistas: atualmente, o governo brasileiro discute novas regulamentações para entregadores de aplicativo, o que pode impactar o setor.
O futuro do mercado global de delivery
O mercado global de delivery deve alcançar uma receita de US$ 1,40 trilhão em 2025, com previsão de atingir US$ 1,89 trilhão até 2029. O crescimento anual estimado é de 7,83% nesse período.
China e Estados Unidos continuam sendo os maiores mercados, respondendo por uma parcela considerável. No entanto, o Brasil também apresenta perspectivas positivas, com receitas projetadas de US$ 21,18 bilhões em 2025 e US$ 27,81 bilhões em 2029, um crescimento anual de 7,04%.
Diante desse cenário, o delivery tende a se consolidar ainda mais entre os brasileiros, como uma alternativa viável para o setor de alimentação, principalmente em um contexto de incertezas econômicas.