À medida que o mundo observa uma escalada nas tensões comerciais e políticas lideradas pelos Estados Unidos, o empresário e especialista em inovação digital, Faustino Júnior, afirma: “Estamos entrando em uma nova era mercantilista, onde cada país passa a olhar exclusivamente para os próprios interesses econômicos — e isso vai mudar completamente as regras do jogo para investidores e empreendedores”.
Segundo ele, a recente política tarifária americana — marcada por protecionismo e nacionalismo econômico — é mais do que uma resposta pontual a desequilíbrios comerciais: trata-se de uma reconfiguração estratégica das relações de poder globais.
“O dinheiro está sendo retido dentro do país. Isso gera inflação no curto prazo, mas cria um ambiente ideal para fortalecer setores internos, como a indústria militar e as tecnologias críticas. Essa tática não é nova — ela foi usada após a Crise de 1929 e também no pós-guerra. Agora, está sendo reeditada”, explica Faustino.
Com a retração do crédito, o aumento do risco e a diminuição da liquidez global, investidores institucionais e pequenos players enfrentam um novo paradigma: como crescer em meio à contração? Para Faustino, a resposta está no digital — mais precisamente, no que ele chama de “sétima onda digital”.
“O modelo de dropshipping ressurgiu, mas com uma nova lógica. Agora, o foco é vender produtos locais, utilizando tráfego e estratégias de outros países. Um brasileiro pode vender um produto fabricado nos Estados Unidos para americanos, usando anúncios otimizados por uma equipe no Brasil. É o mesmo modelo de antes, mas reconfigurado para um mundo em guerra fiscal”, detalha.
Essa abordagem, segundo Faustino, elimina barreiras como tarifas de importação, gargalos logísticos e altos custos alfandegários — que hoje inviabilizam boa parte do e-commerce internacional tradicional. Em vez de depender do fluxo de produtos entre fronteiras, o novo digital foca no fluxo de inteligência e capital estratégico.
Além disso, ele alerta que estamos num momento decisivo para quem possui capital parado. A restrição de crédito e a inflação crescente criam um cenário ideal para aquisição de ativos subvalorizados, como imóveis, ações sólidas e criptomoedas com fundamentos.
“As maiores fortunas são feitas nos ciclos de baixa. A liquidez desaparece, os ativos são liquidados, o medo predomina. Mas é justamente aí que o investidor visionário entra. É quando os preços caem que se abre a janela de multiplicação patrimonial”, afirma.
Com base em sua experiência no mercado digital e no acompanhamento constante dos fluxos internacionais de capital e tecnologia, Faustino reforça que a combinação entre geopolítica e digital é o eixo central dos próximos anos.
“Estamos diante de uma mudança estrutural. A forma como o dinheiro se move, como os produtos são vendidos e como as empresas se posicionam está mudando. Quem entender isso agora — e se posicionar bem — poderá crescer exponencialmente nos próximos três a cinco anos.”
Essa conjuntura global deixa claro que compreender o cenário macroeconômico deixou de ser um diferencial — tornou-se uma exigência para quem deseja permanecer relevante. Em um mundo onde os ciclos se encurtam, as fronteiras comerciais se reconfiguram e a volatilidade é a nova constante, a capacidade de antecipar movimentos e agir com estratégia pode ser o fator decisivo entre a estagnação e o crescimento exponencial.