A Casa Branca anunciou na terça-feira (15) que a China poderá enfrentar tarifas de até 245% sobre suas exportações para os Estados Unidos, em resposta a medidas retaliatórias adotadas por Pequim. A decisão representa um novo capítulo na escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
O percentual é superior aos 145% anteriormente divulgados e foi detalhado em um comunicado oficial divulgado pelo governo norte-americano na noite de segunda-feira (14). No entanto, o documento não esclarece os critérios utilizados para chegar ao novo valor, tampouco especifica os produtos que serão afetados pela medida.
A nova tarifa anunciada pela Casa Branca acompanha uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, que determinou a abertura de uma investigação sobre os “riscos à segurança nacional representados pela dependência dos EUA de minerais essenciais processados importados e seus derivados”.
A medida agrava ainda mais a guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, que tem provocado forte instabilidade nos mercados globais. Investidores temem os impactos econômicos do conflito desencadeado por Trump contra os principais parceiros comerciais do país.
A imposição de tarifas elevadas pelos Estados Unidos representa um duro golpe para muitos exportadores chineses, que veem na quase perda do mercado americano um desafio significativo. Para compensar os prejuízos, empresas da China buscam expandir sua presença em outros mercados estratégicos, como a União Europeia (UE).
Enquanto isso, o governo Trump intensifica a pressão sobre Pequim e adota uma postura mais agressiva, incentivando seus aliados e parceiros comerciais a escolherem entre manter relações com Washington ou aprofundar laços com a China.
Em meio ao agravamento das tensões comerciais, a China anunciou nesta semana a ampliação dos controles sobre a exportação de terras raras — insumos estratégicos utilizados em produtos de alta tecnologia, na indústria aeroespacial e no setor de defesa. Em resposta, o governo Trump emitiu um alerta a outros países, desestimulando qualquer tipo de retaliação às tarifas impostas pelos Estados Unidos. Washington afirmou que nações que evitarem reagir às medidas comerciais americanas serão recompensadas futuramente.