O Banco Mundial anunciou, nesta quarta-feira (23), uma revisão para baixo em sua previsão de crescimento econômico para a América Latina e o Caribe em 2025. A nova estimativa aponta para uma expansão de 2,1%, um recuo em relação à projeção de 2,5% divulgada em janeiro.
A instituição financeira global enfatizou a necessidade de adaptação das economias regionais diante de um cenário de crescente incerteza no panorama global.
Entre os fatores que motivaram a revisão, o Banco Mundial destacou a postergação na redução das taxas de juros em países desenvolvidos, a crescente apreensão em relação a restrições comerciais em escala global, o ritmo lento de crescimento da economia chinesa e a diminuição nos recursos destinados à assistência para o desenvolvimento no exterior.
As duas maiores economias da América Latina, Brasil e México, também tiveram suas perspectivas de crescimento para 2025 reduzidas nas novas atualizações do Banco Mundial.
Para o México, a expectativa é de estagnação econômica em 2025, uma revisão significativa em comparação com a previsão de expansão de 1,5% divulgada em janeiro. Já a projeção de crescimento para o Brasil foi ajustada de 2,2% para 1,8%.
Em contraste, a Argentina apresentou uma perspectiva mais otimista. Após garantir um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) no início deste mês, o país agora deve registrar um crescimento econômico de 5,5% em 2025, um aumento em relação à previsão anterior de 5,0%.
Vale ressaltar que, no início desta semana, o próprio FMI havia previsto uma contração de 0,3% na economia mexicana para este ano, alertando para o potencial impacto negativo das tarifas impostas pelos Estados Unidos e o aumento das tensões comerciais globais, que poderiam desacelerar ainda mais o crescimento econômico em nível mundial.
O relatório da instituição financeira também ressalta a persistente preocupação com os gastos governamentais em meio à necessidade de investimentos para impulsionar o crescimento. O Banco Mundial estima que a relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) regional atingiu 63,3% no ano passado, um aumento significativo em comparação com os 59,4% registrados em 2019.