As ações do GPA sofreram uma queda acentuada nesta terça-feira, com uma perda de quase um terço do seu valor de mercado. A forte desvalorização ocorreu em meio à análise do balanço do primeiro trimestre de 2025 e à eleição de novos membros para o conselho de administração do varejista de alimentos, dono da rede Pão de Açúcar.
Os papéis do GPA registraram uma queda de 20,21%, fechando a R$ 3,04 cada, marcando a quarta queda consecutiva. Essa retração ocorreu após a ação atingir sua máxima intradia desde janeiro de 2024 em 29 de abril. Apesar do recente ajuste negativo, a ação ainda acumula uma valorização de aproximadamente 17% em 2025. No pior momento do pregão, a ação atingiu R$ 2,7, representando uma queda de 29,1% e uma perda de R$ 544 milhões em valor de mercado.
Analistas destacaram positivamente o desempenho operacional da companhia, que apresentou crescimento nas receitas e no Ebitda ajustado consolidado, além de melhora nas margens. No entanto, o prejuízo líquido e o fluxo de caixa negativo geraram preocupação. Nos primeiros três meses do ano, o GPA registrou um prejuízo líquido de R$ 93 milhões nas operações continuadas, em comparação com uma perda de R$ 407 milhões no mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado consolidado atingiu R$ 409 milhões, um aumento de 9,9% em relação ao ano anterior, com a margem passando de 8,1% para 8,6%. O fluxo de caixa livre operacional ajustado foi negativo em R$ 817 milhões, acima dos R$ 753 milhões negativos do mesmo período de 2024.
A alavancagem financeira pré-IFRS 16, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado consolidado pré-IFRS 16 dos últimos 12 meses, ficou em 2,8 vezes, em comparação com 3 vezes no ano anterior. No final de 2024, esse número era de 1,6 vez.
O empresário Abilio Diniz, que detém cerca de 7% das ações do GPA, propôs a destituição do conselho de administração e a eleição de novos membros, incluindo três indicações suas. No entanto, a entrada de chapas apoiadas pelo investidor Rafael Ferri e pela família Coelho Diniz diluiu os votos, tornando a eleição de todos os indicados de Tanure improvável.
Uma ata da assembleia divulgada pelo GPA confirmou a remoção das candidaturas de Pedro de Moraes Borba e Rodrigo Tostes Solon de Pontes pelo fundo de investimento Saint German, controlado por Tanure, enquanto Sebastián Dario Los, também indicado pelo fundo, foi eleito.
Em teleconferência com analistas, o presidente-executivo do GPA, Marcelo Pimentel, expressou confiança de que o novo conselho de administração ajudará a empresa a manter sua trajetória de recuperação.