O bitcoin voltou a ultrapassar a marca dos US$100 mil e, com a valorização que o levou a mais de US$104 mil, superou a Amazon em capitalização de mercado. Agora, com US$2,05 trilhões, a criptomoeda ocupa o quinto lugar no ranking dos ativos financeiros mais valiosos do planeta, atrás apenas de Microsoft, Apple, NVIDIA e ouro.
A escalada acontece em meio a um ambiente macroeconômico favorável, marcado por dois acontecimentos relevantes: o anúncio de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido, e o recente discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Embora Powell não tenha sinalizado cortes imediatos na taxa de juros, o fato de também não descartar essa possibilidade foi suficiente para alimentar o otimismo dos mercados.
Para Denise Cinelli, COO da exchange CryptoMKT, a valorização reflete a leitura do mercado sobre uma possível flexibilização monetária nos Estados Unidos. “O mercado interpretou a decisão do Fed como um sinal de que a liquidez global pode aumentar nos próximos meses, o que favorece ativos de risco, como o bitcoin”, afirma.
Com a Amazon superada, os olhares agora se voltam para os próximos alvos no ranking. A NVIDIA, com US$2,86 trilhões em valor de mercado, aparece à frente, seguida pela Apple US$2,94 trilhões e pela Microsoft, líder entre as gigantes da tecnologia, com US$3,25 trilhões.
Ainda que muitos tratem o bitcoin como o “ouro digital”, o ativo ainda está distante de alcançar o metal precioso em valor de mercado algo improvável neste ciclo, mas não descartado em um horizonte mais longo.
Segundo Denise, os movimentos recentes indicam que o bitcoin tem fôlego para continuar subindo. “O comportamento do mercado mostra que o ativo está reagindo de forma mais madura aos sinais macroeconômicos. A expectativa de cortes de juros, aliada à entrada de capital institucional, cria uma base sólida para a continuidade da valorização”, analisa.
Ela destaca ainda que o atual patamar de preços representa uma zona estratégica para grandes investidores. “Estamos vendo um reposicionamento de players institucionais que utilizam essas faixas de preço para consolidar suas posições. Isso demonstra que o mercado está sendo guiado por decisões táticas, e não mais por especulação desorganizada — o que reforça o papel do bitcoin como um ativo relevante no cenário global.”
Apesar das incertezas no curto prazo, a liquidez acima de US$110 mil continua crescendo, o que aumenta a expectativa por novos recordes históricos. Nos próximos dias devem indicar se o movimento de alta se sustenta ou se haverá uma realização de lucros.
De qualquer forma, o cenário de longo prazo já está delineado: o bitcoin deixou de ser uma promessa e se consolidou como uma realidade. Sua crescente adoção por pessoas, empresas e até governos sinaliza que seu papel no sistema financeiro internacional está apenas começando a ser desenhado.