O Dia Mundial da Reciclagem, celebrado em 17 de maio, convida a sociedade a repensar o destino dos resíduos e, principalmente, a reconhecer os protagonistas da economia circular: os catadores e catadoras que sustentam, com seu trabalho, a cadeia de reaproveitamento de materiais no Brasil. A Fundação Banco do Brasil marca a data destacando seu apoio a projetos que combinam sustentabilidade com inclusão social e geração de renda em diferentes regiões do país.
“A reciclagem é uma ponte entre a preservação ambiental e a justiça social. O trabalho de milhares de catadores ainda é invisibilizado, mas é essencial para um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável. É por isso que apoiamos iniciativas que transformam resíduos em dignidade”, afirma Luciana Bagno, diretora executiva de Desenvolvimento Social da Fundação Banco do Brasil.
Segundo dados da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), apenas 8,3% das 81 milhões de toneladas de resíduos urbanos produzidos no país em 2023 foram reciclados. E mais de 90% desse material é recuperado por catadores, segundo o Atlas Brasileiro da Reciclagem 2024.
Projetos como o Conexão Cidadã, apoiado pela Fundação BB, são exemplos dessa transformação. A iniciativa leva trailers adaptados a seis capitais brasileiras, oferecendo serviços de assistência jurídica, psicológica, social e de acesso a programas públicos. “Estamos falando de dar acesso a direitos a quem vive à margem do sistema. São pessoas que passam a existir oficialmente para o Estado”, destaca Roberto Rocha, presidente da Associação Nacional dos Catadores (ANCAT).
Outro exemplo é o Banco Social Assubank, localizado em Igarapé-Açu (PA), que oferece microcrédito em moeda social. A inovação desta tecnologia social, que é certificada pela Fundação BB, está na forma que o empreendedor tem para quitar o microcrédito, que pode ser feita com a entrega de resíduos recicláveis. “A gente financia empreendedores com base na coleta de lixo. Já impactamos mais de 22 mil pessoas, e temos escolas pagando formaturas com resíduos. Isso muda a lógica da exclusão”, relata Carolina do Socorro Ferreira Magalhães, coordenadora do projeto.
Gilson Lima, diretor executivo de Gestão de Pessoas da Fundação BB, reforça que esses projetos são potentes porque mostram que políticas públicas precisam estar onde as pessoas estão. “Com o Conexão Cidadã, por exemplo, é a política que vai até o trabalhador. Isso é inclusão real. E, mais do que apoiar ações, queremos fortalecer redes e desenvolver soluções estruturantes.”, afirma.
Na outra ponta da cadeia, o projeto SustentARTE, no interior do Rio de Janeiro, transforma a realidade de mulheres em situação de vulnerabilidade por meio do artesanato sustentável. “A Dona Lúcia dizia que não sabia fazer nada. Hoje ela produz, vende, participa de feiras e diz que o projeto devolveu a ela ‘a coragem de sonhar’”, conta Ana Marina Almeida Lacerda, presidente da Associação de Mulheres do Norte e Noroeste Fluminense (AMUNNF) e coordenadora do projeto.
A Fundação BB também apoia iniciativas como o Edital Cataforte, que fortalece cooperativas e redes de catadores em todo o país, com foco na geração de renda e na estruturação de políticas locais de reciclagem. Os projetos combinam assistência técnica, educação ambiental e promoção da economia solidária.
Para Kleytton Morais, presidente da Fundação Banco do Brasil, o papel da Fundação BB é construir pontes entre os territórios e os formuladores de políticas públicas. “A reciclagem, quando organizada com justiça e investimento, é uma alavanca de desenvolvimento. Ela reduz emissões, melhora a qualidade do meio ambiente urbano e gera oportunidades reais para quem está na base da pirâmide social. O Brasil só avança se não deixar ninguém para trás, e isso começa por reconhecer e apoiar quem já faz muito com pouco”, diz o presidente da Fundação BB.