Na quinta-feira (16), China, União Europeia e, mais tarde, Argentina comunicaram a suspensão, por 60 dias, das importações de carne de frango do Brasil, após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, segundo informações oficiais divulgadas pelas autoridades dos respectivos países.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) informou que a decisão da China segue protocolos internacionais de segurança alimentar e saúde animal, e que o Brasil já iniciou ações de contenção para controlar o surto.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ressaltou que a suspensão é automática em casos como esse e destacou que existem acordos bilaterais que permitem a restrição das exportações apenas das regiões afetadas, sem a necessidade de bloqueio total do país.
A China é o maior mercado consumidor da carne de frango brasileira, importando cerca de 40 mil toneladas por mês, o que representa uma fatia significativa das exportações do setor de acordo com dados oficiais da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Já a União Europeia foi um dos principais destinos da carne de frango brasileira em 2024, com importações totais de 231,9 mil toneladas, representando um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior. Além disso, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, assinado em dezembro de 2024, estabelece uma nova cota para exportações de carne de frango no total de 180 mil toneladas equivalente-carcaça, com tarifa zero, a ser atingida gradualmente ao longo de seis anos.
A suspensão temporária traz preocupação para os produtores, que agora enfrentam desafios logísticos e financeiros, além da busca por novos mercados.
Especialistas do setor agropecuário avaliam que, apesar do impacto imediato, o Brasil tem experiência no combate à gripe aviária e protocolos rigorosos para garantir a segurança dos alimentos exportados. O MAPA reforça que o Brasil seguirá todas as normas internacionais para restabelecer a normalidade nas exportações o quanto antes.
O caso em Montenegro é o primeiro registrado em granja comercial no país neste ciclo, e as autoridades sanitárias declaram realizar rigorosa investigação e monitoramento para evitar novos surtos.
Atualizado em 16/05/2025, às 19:10