O banco de investimentos JP Morgan revisou para cima sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025, elevando a projeção de 1,9% para 2,3%. A instituição financeira justifica a revisão com a melhora no cenário externo, impulsionada pelo recente acordo tarifário entre Estados Unidos e China, e com a expectativa de uma maior produção agrícola nacional.
Em contrapartida, o JP Morgan aumentou sua projeção para a inflação em 2026, de 3,2% para 3,6%. A instituição também divulgou suas expectativas para a produção industrial de abril, que será oficialmente divulgada nesta terça-feira (3). O banco prevê um crescimento de 0,3% para o setor, após uma expansão de 1,2% registrada em março.
“Isso deve fazer com que a produção industrial registre uma taxa de crescimento acima de 4% no segundo trimestre, acima dos 0,6% do primeiro trimestre”, analisou o JP Morgan em relatório. A instituição também destacou a recuperação do consumo no primeiro trimestre do ano, que apresentou alta de 4,2%, um movimento considerado consistente com a recuperação da renda disponível.
“A taxa de poupança das famílias subiu e permanece nos níveis máximos fora do período da pandemia. Isso sugere que, mesmo que o mercado de trabalho enfraqueça — algo que não ocorreu na última divulgação de abril — pode haver mais espaço para resiliência no crescimento do consumo”, ponderou o banco.
Anteriormente, o JP Morgan havia projetado que o crescimento do PIB brasileiro superaria as expectativas, mas posteriormente reduziu suas estimativas, incorporando as probabilidades de uma recessão na economia norte-americana e uma desaceleração significativa na atividade econômica chinesa.
No entanto, a instituição reavaliou suas projeções após o anúncio de uma redução, por 90 dias, das tarifas impostas entre EUA e China, sinalizando uma diminuição nas tensões comerciais entre as duas potências.