O Bank of America espera um crescimento de um dígito médio em sua receita comercial neste trimestre, marcando o 13º ganho consecutivo, conforme declarado pelo CEO Brian Moynihan na quarta-feira. Em contraste, as taxas de banco de investimento devem apresentar uma queda para cerca de US$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, uma redução em relação aos US$ 1,6 bilhão registrados no mesmo período do ano anterior, informou o CEO a investidores em uma conferência.
Moynihan admitiu que os números do banco de investimento “não são onde queremos estar”, mas expressou otimismo em relação às perspectivas futuras e às conversas em andamento. A diminuição nas negociações neste ano é atribuída à turbulência nos mercados causada pelas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre parceiros comerciais, gerando preocupações sobre uma possível desaceleração do crescimento econômico.
Apesar dos desafios no setor de investimentos, executivos bancários manifestaram otimismo quanto à recuperação, observando que suas divisões de negociação têm se beneficiado da volatilidade do mercado. Moynihan reafirmou a projeção do banco para o crescimento da receita líquida de juros (NII) neste ano. O banco havia previsto anteriormente que seu NII – a diferença entre o que ganha com empréstimos e o que paga com depósitos – atingiria uma faixa de US$ 15,5 bilhões a US$ 15,7 bilhões no quarto trimestre, um aumento em relação aos US$ 14,6 bilhões no primeiro trimestre.
A expectativa é que o lucro por ação do BofA aumente para 90 centavos no segundo trimestre, acima dos 83 centavos do ano anterior, impulsionado pelo aumento da receita com pagamentos de juros, segundo estimativas da LSEG.
Moynihan destacou que os consumidores estão gastando em viagens e entretenimento, e a qualidade do crédito permanece boa, com os clientes honrando seus pagamentos de dívidas em dia. Contudo, ele alertou que as pequenas empresas são mais suscetíveis à incerteza gerada pelas tarifas.
Em outra frente, o Bank of America está explorando o universo das criptomoedas, trabalhando independentemente e com outros participantes do setor no desenvolvimento de uma stablecoin – um tipo de criptomoeda projetada para manter um valor estável em relação a um ativo de referência, como o dólar americano. “Não temos certeza de quão grande será, mas temos que estar preparados”, afirmou Moynihan. Ele acrescentou que a legislação federal sobre stablecoins atualmente em discussão no Senado “nos permitirá descobrir se realmente há uma proposta comercial” para essa iniciativa.
*Com informações da Reuters