As bolsas europeias encerraram o pregão desta terça-feira (24) com ganhos expressivos, impulsionadas pelo apetite por risco em decorrência do anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Irã. A maioria dos índices registrou avanços superiores a 1%, em uma sessão marcada pela volatilidade das notícias geopolíticas e pela atenção às perspectivas da política monetária global.
O índice pan-europeu Stoxx 600 liderou os ganhos, com alta de 1,11%, atingindo 540,98 pontos, o maior patamar em uma semana e o maior salto diário em mais de um mês. Em Londres, o FTSE 100 teve uma leve alta de 0,01%, fechando aos 8.758,99 pontos. O DAX, de Frankfurt, avançou 1,60%, alcançando 23.641,58 pontos, enquanto o CAC 40, de Paris, ganhou 1,04%, para 7.615,99 pontos.
O dia foi marcado por informações contraditórias sobre o cessar-fogo inicialmente anunciado pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Após a declaração de que a trégua teria entrado em vigor, Israel acusou o Irã de violá-la com lançamento de mísseis, o que foi negado por Teerã. Apesar da incerteza, o otimismo inicial prevaleceu nos mercados.
O alívio nas tensões geopolíticas no Oriente Médio direcionou o foco dos investidores para o cenário econômico, especialmente para o fim do prazo de suspensão das tarifas dos EUA, previsto para 8 de julho, e para os esforços da União Europeia em firmar acordos comerciais com Washington.
Outros índices europeus também apresentaram resultados positivos: o Ftse/Mib, de Milão, valorizou-se 1,63%, para 39.474,46 pontos; o Ibex-35, de Madri, subiu 1,41%, alcançando 14.035,10 pontos; e o PSI20, de Lisboa, registrou alta de 0,57%, fechando aos 7.452,08 pontos.
No âmbito da política monetária, o dirigente do Banco Central Europeu (BCE), François Villeroy, sinalizou a possibilidade de novos cortes de juros, apesar da volatilidade nos mercados de petróleo, afirmando que o conflito no Oriente Médio ainda não alterou a perspectiva para a inflação subjacente da zona do euro.
Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, declarou que uma “maioria significativa” dos dirigentes do FOMC acredita na possibilidade de cortar juros ainda este ano, ressaltando que a decisão dependerá da evolução dos dados econômicos.
Em relação a questões comerciais, o Financial Times reportou que a União Europeia precisa adotar uma postura de “ameaça crível” de retaliação na disputa comercial com os EUA para obter um acordo favorável antes do prazo final das negociações.