Os preços do petróleo registraram um aumento de mais de 1% nesta quarta-feira, recuperando-se das quedas acentuadas do início da semana. A alta foi impulsionada por dados que indicam uma demanda relativamente forte nos Estados Unidos e pela avaliação dos investidores sobre a estabilidade do cessar-fogo entre Irã e Israel.
Os futuros do petróleo Brent subiram 1,2%, cotados a US$ 67,96 o barril às 10h54 (horário da Costa Leste dos EUA). O petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA avançou 1,3%, atingindo US$ 65,20 o barril. Na terça-feira, o Brent havia fechado no menor patamar desde 10 de junho, e o WTI no menor nível desde 5 de junho.
A Administração de Informação de Energia (EIA) dos EUA divulgou dados que mostraram uma queda nos estoques de petróleo bruto, gasolina e destilados na semana passada, o que contribuiu para a alta dos preços. Os estoques de petróleo bruto recuaram 5,8 milhões de barris, totalizando 415,1 milhões de barris, superando a expectativa de analistas consultados pela Reuters, que previam uma queda de 797.000 barris.
Analistas do setor, como Phil Flynn do Price Futures Group, apontam que esses dados podem redirecionar o foco do mercado para a dinâmica de oferta e demanda nos EUA, diminuindo a atenção sobre a geopolítica.
As expectativas de que o Federal Reserve (Fed) possa em breve reduzir as taxas de juros nos EUA também oferecem suporte aos preços do petróleo. Taxas de juros mais baixas geralmente estimulam o crescimento econômico e, consequentemente, a demanda por petróleo.
Kelvin Wong, analista sênior de mercado da OANDA, observou que o recente depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Congresso, sinalizou uma pequena chance de antecipar o primeiro corte de juros de 2025 para julho, o que pode estabelecer um piso para os preços do petróleo do lado da demanda.
Na frente geopolítica, apesar das afirmações do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o cansaço de Israel e Irã com o conflito, a possibilidade de um reinício das hostilidades ainda paira no ar. Paralelamente, a notícia de que uma avaliação preliminar da inteligência dos EUA indica que os ataques aéreos não destruíram a capacidade nuclear do Irã, apenas a atrasaram, adiciona uma camada de incerteza.
Apesar da trégua aparente entre Irã e Israel, analistas do ING alertam que, embora as preocupações com o fornecimento do Oriente Médio tenham diminuído temporariamente, elas não desapareceram completamente. Há ainda uma demanda robusta por fornecimento imediato.
A analista de mercado independente Tina Teng prevê que os preços do petróleo provavelmente se consolidarão na faixa de US$ 65 a US$ 70 por barril, enquanto os investidores aguardam mais dados macroeconômicos dos EUA e a decisão sobre as taxas de juros do Fed nesta semana.