Em um movimento que pode mitigar a ameaça de novas tarifas, a Apple anunciou um investimento adicional de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos. O compromisso, divulgado após um encontro entre o CEO da Apple, Tim Cook, e o presidente Donald Trump, eleva o total de investimentos da empresa no país para US$ 600 bilhões nos próximos quatro anos.
O anúncio foca na expansão da cadeia de suprimentos e da presença industrial da Apple nos EUA, e não na fabricação completa de iPhones no território americano, uma exigência de Trump. “Empresas como a Apple estão voltando para casa”, declarou o presidente na Casa Branca. Ele também classificou o investimento como um “passo significativo em direção ao objetivo final de garantir que os iPhones vendidos na América também sejam fabricados na América”.
Quando questionado sobre a fabricação de iPhones inteiros nos EUA, Tim Cook explicou que, embora muitos componentes já sejam produzidos internamente, a montagem final permanecerá no exterior “por um tempo”. Analistas de mercado, como Daniel Ives da Wedbush Securities, interpretam a promessa como uma tentativa da Apple de “cair nas graças de Trump”, aliviando a tensão após meses de ameaças de tarifas.
A iniciativa de Trump de impor tarifas sobre produtos estrangeiros já custou à Apple cerca de US$ 800 milhões no trimestre encerrado em junho. No entanto, mesmo com a pressão política, a maioria dos especialistas considera a fabricação completa de iPhones nos EUA inviável devido aos altos custos de mão de obra e à complexidade da cadeia de suprimentos global.
Entre os parceiros de investimento da Apple estão a Corning, a Applied Materials, a Texas Instruments, a GlobalFoundries, a Broadcom e a Samsung. Em comunicado, a Apple informou que a Samsung fornecerá chips de sua fábrica no Texas, enquanto a GlobalWafers fornecerá wafers de silício de 300 mm, também de uma fábrica no estado.