O Grupo Natura &Co encerrou o segundo trimestre de 2025 com um lucro líquido de R$ 195 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 151,5 milhões registrado no primeiro trimestre e de R$ 859 milhões no mesmo período de 2024. O resultado positivo veio em meio ao avanço da estratégia de simplificação do portfólio, que inclui a reclassificação da Avon International e de operações na América Central e República Dominicana como ativos “mantidos para venda”.
No primeiro trimestre, a companhia já havia mostrado sinais de recuperação, reduzindo as perdas em 83,7% em relação ao ano anterior, com um prejuízo líquido de R$ 151,5 milhões. O período foi marcado por forte desempenho da marca Natura, com crescimento de 8,2% no Brasil e 38,4% nos mercados hispânicos, além de alta de 34,7% nas vendas digitais.
O EBITDA recorrente também apresentou evolução ao longo do semestre. No primeiro trimestre, a margem foi de 15%, impulsionada por ganhos de eficiência e controle de custos. Já no segundo trimestre, o indicador somou R$ 795,6 milhões, alta de 4,5% sobre o ano anterior, mas com margem levemente inferior à do trimestre anterior, reflexo de despesas ligadas à implementação da segunda onda do programa interno de transformação, conhecido como Wave 2.
A receita líquida recuou de R$ 6,7 bilhões no primeiro trimestre para R$ 5,7 bilhões no segundo, queda de 1,7% na comparação anual em reais, mas avanço de 5,5% em moeda constante. A redução foi influenciada pela reclassificação de ativos e pela desaceleração da Avon no Brasil, cuja receita caiu 12,9%, compensada parcialmente pelo desempenho positivo da marca Natura na América Latina.
Com dívida líquida de R$ 4 bilhões — equivalente a 2,18 vezes o EBITDA —, a companhia segue apostando em ajustes operacionais e na simplificação de negócios para fortalecer sua posição financeira e recuperar margens. O avanço na margem bruta, que subiu para 66,4% no segundo trimestre, e a redução de despesas com vendas, marketing e logística, de 42% para 41,2% da receita líquida, reforçam a direção da estratégia.
O desempenho do segundo trimestre indica que a Natura avança no processo de reestruturação, com sinais concretos de melhora de rentabilidade, ainda que enfrente desafios de integração e volatilidade nas receitas.