A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que as exportações de carne de frango do Brasil em 2025 podem atingir no máximo 5,2 milhões de toneladas. Se confirmada, essa cifra representaria uma queda de 2% em relação ao volume recorde de 5,295 milhões de toneladas registrado em 2024. A ABPA atribui a retração à manutenção de embargos por parte de importantes mercados como China e União Europeia, após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial em maio.
A projeção de exportação para este ano ficou abaixo da estimativa inicial de 5,35 milhões de toneladas, feita antes do foco da doença, que resultou em uma série de suspensões de compras por importadores.
O presidente da ABPA, Ricardo Santin, explicou que, embora a maioria dos países já tenha retomado as compras, China, União Europeia e Chile ainda mantêm as restrições. Ele, no entanto, sinalizou que o Chile pode reabrir seu mercado ainda nesta semana, o que poderia ajudar a mitigar a queda.
Santin ressaltou que uma possível retomada das compras por parte da China e da União Europeia, que foi a maior compradora de carne de frango brasileira em 2024, seria crucial para reverter o cenário. Ele destacou que a China importava entre 40 mil e 50 mil toneladas do produto por mês. “Até 2% de queda vai depender da resposta chinesa”, afirmou o presidente da associação, ponderando que esses são fatores que fogem do controle da indústria nacional.
Apesar da previsão de queda no volume, a receita com as exportações de carne de frango do Brasil pode se manter estável em 2025 em relação a 2024. De janeiro a julho, o faturamento acumulado já soma US$ 5,609 bilhões, um aumento de 1,5% sobre o ano passado.
Santin acredita que a receita total pode se aproximar dos US$ 10 bilhões alcançados em 2024, especialmente se a retomada de mercados importantes como Chile e Europa se confirmar. Ele defendeu a resiliência do Brasil, que, apesar dos desafios globais da gripe aviária, conseguiu controlar o problema rapidamente e tem aumentado sua participação no mercado global de exportação, que hoje é de 38,6%.
Em contrapartida, a produção de carne de frango do Brasil deve atingir um novo recorde em 2025, com uma estimativa de até 15,4 milhões de toneladas, acima das 14,972 milhões de 2024. O aumento é impulsionado pelo consumo per capita no país, que deve subir de 45,5 kg para 47,8 kg por ano. O cenário favorável também se estende à suinocultura, com a ABPA prevendo que as exportações de carne suína atinjam até 1,45 milhão de toneladas em 2025, um aumento significativo em relação às 1,353 milhão de toneladas de 2024. Segundo Santin, a suinocultura brasileira deve registrar novos recordes de produção, consumo e exportação em 2025.
