O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) espera economizar R$ 2,5 bilhões em 2026 com o uso do Atestmed, sistema que permite a concessão do auxílio-doença por meio de análise documental, sem a necessidade de perícia presencial. A projeção faz parte do documento preparatório do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que deve ser enviado ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto.
Desde março de 2024, o INSS ampliou o atendimento via Atestmed em parceria com os Correios. Segurados podem levar seus documentos a agências da estatal, onde serão digitalizados e enviados. O projeto piloto começou em Fortaleza (CE), e hoje já funciona em milhares de unidades. Até janeiro de 2025, 21,9 mil pessoas foram atendidas nessas agências. Entre outubro de 2024 e março de 2025, 65,3 mil atendimentos foram feitos via Atestmed nas agências dos Correios.
A economia prevista se deve à redução do tempo de espera para a concessão do benefício, o que diminui os custos com pagamentos retroativos e correção monetária. O cálculo do INSS estima uma economia de R$ 980 por benefício concedido via Atestmed em comparação ao modelo tradicional.
Com base na média de concessões dos últimos três anos, a economia anual projetada é de R$ 2,375 bilhões, ajustada para R$ 2,582 bilhões em 2026. As projeções para os anos seguintes continuam otimistas, com a previsão de economizar R$ 2,764 bilhões em 2027, R$ 2,948 bilhões em 2028 e R$ 3,138 bilhões em 2029.
Apesar das projeções futuras, a implementação do Atestmed tem enfrentado desafios. A estimativa inicial para 2024 era de uma economia de R$ 5,6 bilhões, mas a cifra real foi de R$ 3,6 bilhões, impactada por atrasos na implementação e greves no INSS.
O documento preparatório do PLOA destaca que, apesar dos obstáculos, a iniciativa já contribuiu para “evitar aporte orçamentário para pagamento de despesas obrigatórias.” O texto menciona ainda um ajuste recente na duração dos benefícios concedidos por Atestmed, que teve o prazo de 180 dias inicialmente reduzido para 30 e, depois, limitado a 60 dias com validade de 120, o que afetou as estimativas de economia para 2025.