A prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), apresentou uma queda de 0,20% em julho, frustrando as expectativas do mercado, que projetava uma estabilidade no período.
Apesar do resultado negativo, a economia brasileira mantém seu ritmo de crescimento no acumulado de 2025 e nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a prévia do PIB registrou um avanço de 2,9%. Já em 12 meses, o crescimento é de 3,5%, indicando uma resiliência da economia.
A retração em julho foi puxada, principalmente, pela indústria, que registrou uma queda de 1,1%. A agropecuária também teve um desempenho negativo, com um recuo de 0,8%. Os setores de serviços e impostos também apresentaram perdas, de 0,2% e 0,7%, respectivamente.
O resultado de julho marca a segunda queda consecutiva da prévia do PIB, já que em junho o índice havia recuado 0,10% na comparação mensal. As expectativas de economistas são de que a atividade econômica continue a perder força ao longo do ano, como reflexo do aperto monetário promovido pelo Banco Central. Atualmente, a taxa Selic está em 15% ao ano, e a autarquia já sinalizou que deve mantê-la nesse patamar por um “período bastante prolongado”.
Com base nos resultados do 2º trimestre, o Ministério da Fazenda reduziu levemente sua previsão para o crescimento do Brasil em 2025: de 2,5% para 2,3%. O mercado ainda projeta algo em torno de 2,1-2,3% para o ano. Entre os principais entraves identificados estão os juros elevados, que têm elevado o custo do crédito e pressionado setores mais dependentes de financiamento, como construção e indústria de transformação.
A agropecuária ainda entrega bons resultados na comparação anual, mas sofre com sazonalidade. As projeções revisadas para baixo indicam que o país deverá fechar o ano com crescimento menor do que o inicialmente previsto.