A Stellantis anunciou nesta terça-feira (14) um plano de investimento massivo de US$ 13 bilhões nos Estados Unidos ao longo dos próximos quatro anos. O aporte de capital visa o lançamento de cinco novos modelos no mercado e a criação de 5 mil postos de trabalho no país.
Embora o valor inclua investimentos já previamente divulgados, a medida é estratégica e pode ajudar a proteger a montadora das recentes tarifas de importação impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que, segundo a empresa, custariam cerca de US$ 1,7 bilhão neste ano.
Antonio Filosa, presidente-executivo da Stellantis, destacou que este é o maior investimento da história do grupo no país. “As tarifas estão ficando cada vez mais claras. E acreditamos que as tarifas serão apenas mais uma variável de nossa equação de negócios que precisamos estar prontos para gerenciar, e é o que faremos”, afirmou Filosa em entrevista à Reuters, sublinhando o caráter defensivo e adaptativo do plano.
Um dos pontos de maior destaque no plano é a reabertura da Belvidere Assembly Plant, em Illinois, que receberá mais de US$ 600 milhões em investimentos. A fábrica, que foi um ponto de tensão nas negociações com o sindicato United Auto Workers (UAW), será reativada para expandir a produção dos modelos Jeep® Cherokee e Jeep Compass para o mercado norte-americano, com o início da produção previsto para 2027 e a criação de aproximadamente 3.000 empregos. A decisão implica que a fábrica de Toluca, no México, continuará a fabricar o Cherokee e o Compass, mas parte da produção que seria destinada ao mercado dos EUA será absorvida internamente.
Outra mudança significativa ocorre em Toledo, Ohio, onde US$ 400 milhões serão investidos. A produção de uma nova picape de médio porte, que estava anteriormente alocada para Belvidere, será realocada para o Toledo Assembly Complex, juntando-se aos modelos Jeep Wrangler e Jeep Gladiator, e adicionando cerca de 900 empregos até 2028. Além disso, a fábrica de Kokomo, Indiana, receberá US$ 100 milhões para a produção de um novo motor de quatro cilindros e a adição de uma centena de empregos.
A nova gestão busca corrigir a percepção entre os revendedores de que a estratégia anterior, sob o comando do ex-CEO Carlos Tavares, resultou em modelos com preços excessivamente altos em comparação com a concorrência, o que impactou negativamente o volume de vendas.