O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o lançamento da plataforma de acompanhamento do Novo Fundo Clima, que se consolida como o maior fundo climático do Sul Global. O diretor de Planejamento e Relações Institucionais do Banco, Nelson Barbosa, fez a apresentação da ferramenta nesta terça-feira, 14 de outubro, em Brasília (DF), durante o PRE-COP — evento preparatório para a Conferência do Clima (COP) que ocorrerá em Belém, no próximo mês.
A apresentação de Barbosa ocorreu na mesa-redonda de alto nível “Implementando o GST: Financiamento para Adaptação”, onde ele detalhou a atuação do BNDES no apoio a projetos essenciais para a transição energética, descarbonização e reflorestamento, citando o Fundo Amazônia e o recém-reestruturado Fundo Clima. A nova plataforma, disponível publicamente no endereço, tem o objetivo de aumentar a transparência, permitindo o acompanhamento do avanço dos projetos aprovados em todas as áreas de mitigação e adaptação climática, com segmentos específicos como Transição Energética, Mobilidade Verde, Indústria Verde e Florestas Nativas.
Os números revelados pelo Banco evidenciam uma retomada robusta dos investimentos na agenda verde. Entre 2023 e 2025, o BNDES já aprovou um volume significativo de R$ 19 bilhões em crédito para projetos de sustentabilidade em todas as regiões do país. Esse montante contrasta drasticamente com o período anterior, entre 2019 e 2022, quando apenas R$ 1,6 bilhão havia sido aprovado.
Nelson Barbosa explicou que o Fundo Clima é capitalizado com recursos do Tesouro Nacional e, em parte, por meio da emissão de Green Bonds (títulos verdes) no mercado internacional. Com esses recursos, o BNDES tem financiado a eletrificação do transporte urbano, a produção de biocombustíveis, o reflorestamento e o desenvolvimento da indústria verde no Brasil, focando na redução de emissões e no aumento da eficiência energética. O diretor também ressaltou a experiência do Banco no manejo e restauro florestal: “O Brasil é um dos poucos países do mundo que ainda tem uma vasta área florestal. É um desafio manter as florestas em pé e recuperar as áreas degradadas. Nesse sentido, o Banco prepara projetos de concessão de florestas, de manejo e de restauro”.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, reforçou o compromisso institucional com a pauta ambiental. “A retomada dos financiamentos do Fundo Clima no governo do presidente Lula marca um passo decisivo na agenda de descarbonização do Brasil. Ao impulsionar projetos de energia limpa, mobilidade sustentável e inovação verde, reafirmamos nosso compromisso com um desenvolvimento que gera emprego, reduz desigualdades e protege o planeta”, declarou, enfatizando que a nova ferramenta reafirma o compromisso do BNDES com a transparência e o apoio à transição ecológica.