O Grupo Pão de Açúcar (GPA), controlador da rede de supermercados Pão de Açúcar, comunicou ao mercado na quarta-feira (22) a renúncia de seu Diretor Presidente (CEO), Marcelo Pimentel, após cerca de três anos na liderança da companhia. Imediatamente, o cargo será ocupado interinamente pelo atual Diretor Financeiro (CFO), Rafael Russowsky, que acumulará as duas funções.
Rafael Sirotsky Russowsky atua como Diretor Financeiro (CFO) e de Relações com Investidores da Companhia Brasileira de Distribuição (“CBD” ou “GPA”) desde 2020. Ele também ocupou cargos na Casino Groupe, como Diretor de Desenvolvimento Corporativo e Participações por mais de 10 anos. Rafael possui graduação em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e MBA pela Columbia Business School, em Nova Iorque.
O anúncio, considerado inesperado, gerou forte oscilação nas negociações dos papéis da varejista (PCAR3). As ações chegaram a registrar alta de 3,35%, atingindo R$ 3,70 na máxima da sessão. Contudo, a divulgação do fato relevante levou à suspensão da negociação dos ativos. Ao retornarem, as ações inverteram a tendência e fecharam o dia em queda de 1,12%, cotadas a R$ 3,54.
Para instituições financeiras consultadas pelo mercado, a troca de comando é vista como um desdobramento natural e esperado diante das recentes e significativas transformações na estrutura acionária do GPA. Essas mudanças resultaram na perda da maioria do Conselho pelo grupo Casino e na ascensão da Família Coelho Diniz como acionista de referência, detentora de 24,6% da participação.
O JPMorgan, por sua vez, avalia que, embora a saída possa ser vista de forma negativa — considerando que Pimentel liderava um plano de reestruturação operacional com resultados positivos —, não são esperadas grandes alterações na estratégia imediata sob a liderança interina de Russowsky. O executivo já estava à frente de importantes iniciativas de redução de alavancagem e gestão de passivos.
A XP Investimentos alinha-se a essa visão, interpretando a movimentação como uma continuidade dos recentes ajustes de governança do GPA. A corretora aponta que o novo Conselho deve priorizar a revisão das estruturas de custos e planos de investimento, com um potencial aumento de capital no horizonte de curto prazo.
A XP projeta ainda que novas mudanças podem ocorrer, enquanto o CFO atua interinamente e a família acionista busca maior envolvimento nos negócios. A corretora manteve recomendação neutra para o papel, enquanto o JPMorgan reiterou a recomendação de venda.









