A China está se inclinando para manter sua meta de crescimento econômico anual em cerca de 5% para 2026, o mesmo patamar de 2025. Essa decisão, defendida por assessores governamentais e analistas, exigirá que as autoridades de Pequim mantenham uma política fiscal e monetária expansionista para combater o persistente período de deflação.
O objetivo estratégico é garantir um início sólido para o novo plano quinquenal e superar os múltiplos desafios que têm enfraquecido a segunda maior economia do mundo. Entre os obstáculos estão a prolongada crise do mercado imobiliário, a fraca demanda do consumidor, o excesso de capacidade industrial e a queda nos investimentos em infraestrutura.
Embora a liderança chinesa tenha sinalizado, a longo prazo, uma mudança estrutural para apoiar o consumo das famílias e reequilibrar a economia, a implementação e o impacto dessas reformas demandam tempo. Por isso, o foco imediato será o apoio via políticas fiscal e monetária.
A maioria dos assessores do governo consultados pela agência Reuters apoia a manutenção da meta de 5% para 2026, com uma minoria sugerindo uma faixa ligeiramente menor, entre 4,5% e 5%. Essa meta deve ser endossada na Conferência Anual de Trabalho Econômico Central, que será realizada ainda neste mês e definirá as prioridades econômicas do próximo ano. O anúncio público, contudo, só ocorrerá na reunião anual do Parlamento em março.
Para sustentar a meta de crescimento, os assessores defendem que o índice de déficit orçamentário anual permaneça em 4% do PIB ou um pouco acima, replicando o esforço recorde de 2025.
No campo monetário, analistas do Citi esperam que o Banco Central Chinês retome o afrouxamento monetário já em janeiro de 2026, após o último corte na taxa de juros ter ocorrido em maio. O período imediatamente posterior à Conferência Central de Trabalho Econômico também é visto como uma janela de oportunidade para uma nova rodada de apoio ao setor imobiliário em crise.
A manutenção de um crescimento robusto é crucial para as ambições de longo prazo de Pequim. Um estudo oficial indica que a China precisa de um crescimento médio anual de 4,17% na próxima década para atingir a meta de dobrar o PIB per capita para US$ 20.000 em relação ao nível de 2020, consolidando sua transição para um “país moderadamente desenvolvido”.









