A Federação Única dos Petroleiros (FUP) recomendou, nesta segunda-feira, a aceitação da mais recente contraproposta apresentada pela Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A decisão do Conselho Deliberativo da federação aponta para a suspensão do movimento grevista que completou uma semana hoje. O recuo ocorre após a estatal assegurar que não aplicará punições aos trabalhadores que aderiram à paralisação e garantir que os termos acordados serão estendidos a todas as empresas subsidiárias do grupo.
De acordo com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a reunião realizada nesta segunda-feira resultou no atendimento de diversas demandas da categoria, que se somaram às conquistas obtidas desde o início do movimento.
Segundo o dirigente, os avanços contemplam os três eixos centrais da campanha reivindicatória deste ano. Apesar do anúncio, a decisão final agora cabe às bases sindicais: os 14 sindicatos filiados à FUP devem realizar assembleias locais para votar a indicação do conselho e decidir formalmente pelo encerramento da greve.
Ao longo da última semana, a FUP relatou uma adesão expressiva em refinarias e unidades de produção nas bacias de Campos e de Santos. Por outro lado, a Petrobras manteve o posicionamento de que as operações não foram prejudicadas.
A petroleira afirmou que a produção seguiu dentro da normalidade graças ao acionamento de equipes de contingência, que garantiram a continuidade das atividades essenciais durante o período de mobilização.
A pauta de reivindicações da categoria focava, prioritariamente, na redução dos descontos extras incidentes sobre os benefícios de aposentados e pensionistas. Esses débitos, que ocorrem desde 2018, visam equacionar déficits históricos nos planos de previdência da Petros (PEDs).
No campo salarial, os sindicatos buscavam elevar o ganho real de 0,5%, inicialmente proposto pela empresa, para 3%, além de melhorias em outras cláusulas sociais e de gestão.
Em nota oficial, a Petrobras confirmou que apresentou ajustes na proposta de domingo, buscando o entendimento com a categoria e o restabelecimento da normalidade operacional. Embora nem a empresa nem a FUP tenham detalhado os valores e termos técnicos da oferta final, a estatal ressaltou que a medida demonstra compromisso com o diálogo. O desfecho do impasse agora depende da ratificação dos trabalhadores nas assembleias que ocorrerão nos próximos dias.









