O Ministério das Cidades oficializou, nesta segunda-feira (29), o plano de aplicação de R$ 160,5 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para o exercício de 2026. A resolução, publicada no Diário Oficial da União, detalha a distribuição orçamentária destinada aos pilares de habitação, saneamento básico e infraestrutura urbana, consolidando as metas de investimento público para o próximo ano.
A maior fatia dos recursos será concentrada no setor habitacional, que contará com R$ 144,5 bilhões. Dentro desse montante, o governo estabeleceu um teto de R$ 1,5 bilhão especificamente para subsidiar descontos em financiamentos de imóveis usados. A estratégia visa dinamizar o mercado imobiliário e ampliar o acesso à moradia para diferentes faixas de renda.
Para os setores de saneamento básico e infraestrutura urbana, foram reservados R$ 8 bilhões para cada área. No saneamento, o governo projeta um impacto social robusto, com a expectativa de beneficiar 9,3 milhões de cidadãos e gerar aproximadamente 184,8 mil postos de trabalho. Regionalmente, o Sudeste lidera o destino desses investimentos com R$ 3,4 bilhões, seguido pelo Nordeste, que receberá R$ 1,8 bilhão.
Na frente de infraestrutura, os investimentos serão canalizados através dos programas Pró-Cidades e Pró-Transporte. Assim como no saneamento, a previsão é de que as obras de mobilidade e desenvolvimento urbano alcancem 9,3 milhões de brasileiros e impulsionem a criação de 184 mil empregos.
O anúncio ocorre em um momento de indicadores positivos no mercado de trabalho, reforçando a aposta governamental na construção civil e em obras públicas como motores da economia.
Ao direcionar a vasta maioria desses recursos — R$ 144,5 bilhões — para a habitação, o governo garante a sustentação da construção civil, um setor que é intensivo em mão de obra e possui um efeito cascata imediato em toda a economia.
Historicamente, a construção civil é um dos maiores empregadores de baixa e média qualificação, servindo como uma porta de entrada para o mercado formal. Com a meta de gerar mais de 368 mil empregos diretos apenas nas frentes de saneamento e infraestrutura urbana, o impacto total, somando-se as obras habitacionais, pode ser o diferencial para que a taxa de desemprego se mantenha próxima ou até abaixo dos 5,2%. Esse movimento ajuda a manter o nível de ocupação elevado, garantindo que a massa salarial continue circulando.
Além do volume de vagas, esse investimento tem o potencial de mitigar as desigualdades regionais. Ao destinar quase R$ 5,2 bilhões somados para saneamento no Sudeste e Nordeste, o governo não apenas melhora a infraestrutura de saúde pública, mas também estimula mercados de trabalho locais que podem estar operando abaixo da média nacional de ocupação de 59,0%. O Nordeste, em particular, tende a ser muito beneficiado por obras de infraestrutura, que costumam elevar a renda média real local acima da média de crescimento nacional de 4,5%.








