Essa semana começou a 28ª edição da COP (Conferência das Partes ou Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). Com isso, do dia 28 de novembro ao dia 12 de dezembro de 2023, serão discutidos os progressos de cada país em sua contribuição e implementação de metas, bem como a melhor forma de tratar as mudanças climáticas em curso.
Contudo, precisamos compreender que não há mais tempo para anúncios e promessas vazias. É chegado o momento de ação e do accountability, ou seja, de verificar se o prometido está sendo cumprido, com responsabilização das partes. O primeiro boletim de avaliação do clima do mundo, chamado Global Stocktake, ou Balanço Global, em português, mostrou o quanto estamos atrasados em nossas ambições climáticas.
Temas como eficiência energética, transição para energia limpa, acordos de financiamento, auxílio aos mais vulneráveis para adaptação, bem como a revisão de metas, das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) são pontos importantes dessa seara de discussões.
Nesse sentido, a contribuição do setor privado, mesmo com compromissos voluntários, desempenha um papel crucial para alavancar a ambição climática, seja como fonte de financiamento, impulsionador da inovação e desenvolvimento tecnológico, bem como assumindo compromissos e fazendo parcerias.
Agora é a hora e a vez da economia regenerativa, ou seja, modelos de negócios que reduzem seus impactos negativos e se propõem a gerarem impactos socioambientais positivos.
O ODS 13 fala em Ação contra a mudança global do clima. Estudos apontam no caminho para 3,5ºC a temperatura subir nesse século pelos compromissos atuais (Fonte: Iniciando uma Década para a Ação. Nações Unidas Pacto Global. Ambição pelos ODS. Disponível em: https://d15k2d11r6t6rl.cloudfront.net/public/users/Integrators/7ba73aaa-3da9-4cf1-abf2-ccc85dea5875/uid_3084837/AMBITION_DAVOS%20(VF).pdf)
Como parte do Acordo de Paris, os países se comprometeram a manter o aquecimento global bem abaixo de 2˚C em relação aos níveis pré-industriais, mas ao mesmo tempo fazer esforços para limitar esse aumento da temperatura média a 1,5˚C. Isso porque descobertas alertam que o mundo enfrentará severos impactos climáticos, mesmo com 1,5˚C de aquecimento, e os efeitos pioram significativamente com 2˚C. .(https://www.wribrasil.org.br/noticias/diferenca-entre-os-impactos-de-um-aquecimento-de-15c-ou-2c-no-planeta ).
Qual o papel dos conselhos?
Os conselhos de administração têm a responsabilidade de garantir que as empresas atravessem os “mares turbulentos” de um planeta mais quente e de clima mais instável. Os desafios são muitos e as oportunidades, também. Para alguns, há riscos existenciais – é o caso dos que precisam reinventar seus modelos de negócios à luz dos cenários climáticos. Para os demais, há riscos físicos, de transição e de reputação, e que devem ser reconhecidos e gerenciados de forma transparente e estratégica. Os conselheiros precisam guiar os caminhos, explica Natalie Unterstell, do instituto Talanoa, em entrevista ao Blog do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC.(https://www.ibgc.org.br/blog/o-que-esperar-cop-28).