O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, na abertura da reunião de cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, a crescente preocupação do bloco em relação à disputa entre Venezuela e Guiana sobre a região do Essequibo. Lula enfatizou que o Mercosul não pode permanecer indiferente a essa situação e destacou o desejo de evitar que a questão prejudique a retomada do processo de integração regional, representando uma ameaça à paz e estabilidade.
Os líderes dos países membros do bloco sul-americano planejam assinar uma carta na cúpula, solicitando a mediação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da antiga União de Nações Sul-Americanas (Unasul) entre Venezuela e Guiana. Lula ofereceu o Brasil como sede para possíveis reuniões com o objetivo de buscar um acordo para a disputa territorial. Este desenvolvimento destaca a importância do Mercosul em abordar questões geopolíticas na região e buscar soluções pacíficas para conflitos entre seus membros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de tratar com cuidado a disputa territorial entre Venezuela e Guiana sobre a região do Essequibo. Ele ressaltou o compromisso em evitar conflitos na América do Sul, enfatizando a necessidade de construir a paz na região.
No domingo, a Venezuela realizou um referendo sobre a anexação da região do Essequibo, que foi aprovado por uma ampla margem, de acordo com dados do governo venezuelano. Após a votação, o presidente Nicolás Maduro divulgou um novo mapa do país que incluía o território disputado.
A região do Essequibo, originalmente pertencente à Grande Venezuela, foi ocupada pelos britânicos durante o século XIX, quando colonizaram a Guiana. Uma decisão arbitral no início do século XX, contestada pela Venezuela, manteve o território sob controle do Reino Unido e, posteriormente, como parte da Guiana após sua independência. A disputa territorial é uma questão sensível que requer abordagens diplomáticas cuidadosas para evitar escaladas e promover soluções pacíficas.
O governo brasileiro vem acompanhando a escalada do discurso venezuelano há várias semanas, e o assessor da presidência Celso Amorim foi enviado por Lula a Caracas, há cerca de duas semanas, para conversar com Nicolás Maduro, mas não teve sucesso em baixar o tom da oratória do presidente da Venezuela.