Uma pesquisa da Page Executive, especializada em recrutamento e seleção de executivos de alta direção, listou uma série de características e habilidades que os conselheiros de administração de empresas costumam ter atualmente para ocupar essas cadeiras. Além disso, o estudo mostra que o histórico financeiro ainda é o traço mais valorizado nesse tipo de carreira.
No Brasil, 25,3% das cadeiras dos “boards” são ocupadas por mulheres. O percentual é menor no Peru (21,1%), Argentina e México (19,2%, cada), e maior no Chile (29,3%), Panamá (45,5%) e Colômbia (45,6%).
Foram ouvidos para a pesquisa 900 membros de conselho em toda a região, sendo 411 no Brasil.
Segundo o estudo, mais da metade das mulheres conselheiras na América Latina (55,8%) ocupa a posição de membro independente. O levantamento mostra que, em quase todos os países da região, a faixa etária mais representativa entre as conselheiras – algo entre 20% e 30% do total – é de 60 anos.
A exceção é a Colômbia, onde somente 9,9% têm essa idade. No Brasil, essa parcela de faixa mais sênior é de 33,6%, sendo superado apenas pelo Peru (33,8%). Nesta região, com exceção de Colômbia e Panamá, mulheres com idade menor a 40 anos têm baixa participação nos conselhos.
Conselheiros de administração: o que é preciso?
No Brasil, 47,8% das mulheres que ocupam uma cadeira no conselho de administração têm histórico profissional em multinacionais.
Metade dos conselhos tem entre quatro e seis pessoas, enquanto órgãos com mais de dez pessoas são exceção na América Latina. A característica contrasta com os Estados Unidos e Europa, onde a faixa mais comum é de oito a doze membros.
Os entrevistadores perguntaram aos participantes quais eles consideram ser as habilidades mais importantes para ser um membro do conselho de administração. As respostas indicaram que o histórico financeiro ainda é a característica mais valorizada na trajetória de um profissional, especialmente no México e no Brasil (76% e 70%, respectivamente). A área financeira é, de longe – sobretudo nessas regiões – o campo de conhecimento mais valorizado.
Além disso, um sólido conhecimento de gerenciamento de riscos é destaque para 44% dos membros pesquisados.
Entre as soft skills – características relacionadas ao comportamento do candidato – importantes estão comunicação e escuta ativa, pensamento crítico e tomada de decisão.
Veja, a seguir, a lista completa de habilidades importantes para conselheiros de administração fazerem parte de um órgão:
- Finanças: 65,2%;
- ESG (governança ambiental, social e corporativa): 48%;
- Gerenciamento de riscos: 44%;
- Setor específico: 38,1%;
- Tecnologia: 24,5%;
- Recursos humanos: 17,3%;
- Regulamentação do setor: 10,4%;
- Jurídico: 10,3%;
- Relações Públicas: 5,8%;
- Geopolítica: 5,3%;
- Diversidade, Equidade e Inclusão: 5%.
Quanto ganham?
Cerca de 80% dos conselheiros de administração no Brasil recebem um pagamento mensal entre US$ 2.033 e US$ 6.097 (aproximadamente R$ 9.890,14 e R$ 29.660,69).
A faixa salarial por sessão está entre US$ 2.000 e US$ 6.100, e a faixa salarial mensal está entre US$ 2.000 e US$ 6.000, independentemente do volume de negócios da empresa e setores.
Dos 900 entrevistados:
- 46% têm entre nove e doze encontros anuais;
- 19% afirmaram participar de cinco a oito reuniões;
- 19% apontaram ter treze ou mais reuniões;
- 15% disseram que seus conselhos se reúnem quatro vezes por ano ou menos.
No Chile:
- os setores de mineração, engenharia e infraestrutura são os que melhor remuneram os membros do conselho por mês;
- os pagamentos podem ultrapassar US$ 6.346 (cerca de R$ 30.871,39).
Na Colômbia:
- as sessões e os valores mensais oferecidos variam de US$ 450 a US$ 1.000 (R$ 2.189,07 a R$ 4.864,60) independentemente do volume de negócios ou do setor.
No México:
- o setor de bens de consumo se destaca por sua alta remuneração;
- a média salarial é de US$ 5.750 por mês (cerca de R$ 27.971,45).