O ano de 2023 se tornou simbólico no que diz respeito a mulheres em cargos de liderança. A Fortune 500, uma lista anual compilada e publicada pela revista Fortune, identificou que mais de 10% dos CEOs das empresas listadas eram mulheres.
No levantamento de 2022, apenas 8% das empresas eram lideradas por mulheres. Esse crescimento revela uma tendência de mercado que parece se consolidar a cada ano.
A Foot Locker, tem Mary Dillon como CEO, a Under Armour, tem Stephanie Linnartz como CEO e a Caleres tem Diane Sullivan como CEO, relevando a presença feminina em empresas que dominam o mercado.
Fora da posição de CEO, as mulheres também estão conquistando cargos de destaque em outras grandes marcas. Na Nike, as mulheres agora lideram três regiões geográficas da empresa – Sarah Mensah, vice-presidente/gerente geral da América do Norte; Amy Montagne, vice-presidente/gerente geral da Ásia-Pacífico e América Latina; e Angelo Dong, vice-presidente/gerente geral da Grande China.
O estudo Women in Workplace 2023 corrobora com as informações da Fortune. Segundo a pesquisa, desde 2015 o número de mulheres nos cargos de chefia aumentou de 17% para 28%, e a representação das mulheres nos níveis de VP e VP sênior melhorou.
Apesar dessas grandes conquistas, o estudo revela algo que tem impacto na carreira de diversas mulheres, as micro agressões. No contexto do ambiente de trabalho, as micro agressões dirigidas às mulheres referem-se a ações ou palavras que, muitas vezes de forma inadvertida, perpetuam estereótipos de gênero, desigualdades e discriminam as mulheres.
Anos de dados mostram que as mulheres sofrem micro agressões a uma taxa significativamente mais elevada do que os homens, têm duas vezes mais probabilidades de serem confundidas com alguém mais jovem e de ouvirem comentários sobre o seu estado emocional.
O local de trabalho tem se tornado um campo minado mental para muitas mulheres, além disso, 78% das mulheres que enfrentam micro agressões protegem-se no trabalho ou ajustam a sua aparência ou comportamento num esforço para se protegerem.
Essas micro agressões podem ter um impacto cumulativo ao longo do tempo, contribuindo para um ambiente de trabalho hostil, afetando a autoestima, a motivação e o desempenho das mulheres. É importante que as organizações promovam uma cultura de respeito e igualdade, implementando políticas e programas de conscientização para combater as micro agressões e promover um ambiente mais inclusivo.
Para alcançar posições de liderança e consolidar uma carreira no mundo corporativo, a resiliência tem que ser constante e uma rede de apoio precisa ser constituída. Evelyn Rios Veronese, vice-presidente da cadeia de abastecimento na Whirlpool Corporation América Latina, relatou isso para a coluna Histórias de Sucesso, de Fabiana Monteiro.
“Para uma carreira de sucesso, é preciso contar com uma rede de apoio, seja um parceiro, uma parceira ou outra pessoa que caminhe junto, torça por você, com os mesmos sonhos e propósitos”, afirma.
Ainda sobre resiliência, também para a coluna Histórias de Sucesso, Daniela Manique, presidente da GBU COATIS, reiterou a importância de se adaptar. “Todos convivemos com momentos difíceis, mas ao entregarmos o nosso melhor, em determinado momento o reconhecimento virá. No final, a empresa precisará de resultados robustos, e isso vem das pessoas, independentemente do grau hierárquico e com a força coletiva”, relatou.
Mulheres resilientes frequentemente se tornam modelos inspiradores para colegas de trabalho e futuras gerações. Ao superar desafios, elas quebram barreiras e contribuem para a criação de ambientes de trabalho mais inclusivos, promovendo a diversidade e a igualdade de oportunidades.
Ao cultivar essa habilidade, as mulheres podem não apenas enfrentar as adversidades, mas também prosperar e deixar um impacto positivo no mundo corporativo.