Com o mercado de energia sustentável cada vez mais em alta, uma das principais discussões é a respeito de como melhorar e expandir formas de capturar e transmitir um dos maiores carros-chefes na geração de eletricidade: a energia solar.
A partir dessa ideia, uma série de startups começaram uma espécie de “competição espacial” para alcançar o que, até então, não parecia ser uma alternativa viável – capturar energia solar diretamente do espaço e mandar para o Planeta Terra. O conceito, apesar de prático, nunca foi retirado do papel, já que a barreira financeira sempre era maior do que a imaginação de engenheiros interessados em gerar energia sustentável “direto da fonte”.
“Os fundamentos foram comprovados há mais de 50 anos. Nos últimos anos, a engenharia envolvida foi aceita como possível. A verdadeira mudança é econômica – acreditamos que agora, com todas as tendências que estão aí, é viável”, afirma Ed Tate, cofundador e diretor de tecnologia da Virtus Solis. A startup promete colocar um protótipo da ideia em órbita até 2027.
O grande projeto envolve a instalação de painéis solares através de centenas de milhares de satélites, com cerca de um metro e meio de largura, conectados como peças de montar. “Captamos a luz solar e a convertemos em feixes de radiofrequência. Estes feixes são então transmitidos de maneira muito focalizada para um alvo na Terra”, explica o diretor de tecnologia.
A empresa lançou um vídeo sobre como funcionará a ideia, que pode ser visto abaixo:
O que a NASA diz a respeito
A NASA lançou um relatório que aponta a falta de viabilidade para a comercialização de energia solar no espaço. O documento analisou duas arquiteturas planejadas para gerar eletricidade e argumenta que seria muito caro manter estruturas como essas.
“Descobrimos que esses projetos de energia solar com base no espaço são caros. Eles são 12 a 80 vezes mais caros do que se você tivesse energia renovável no chão”, disse Erica Rodgers, líder do Fórum de Parceria Científica e Tecnológica no Gabinete do Tecnólogo Chefe da NASA, em uma apresentação na conferência AIAA SciTech Fórum, em que a agência divulgou o relatório.
Apesar dessa posição do órgão, a Virtus Solaris discorda do relatório ao afirmar que “muitas das suposições” que o documento aborda estão “desatualizadas” – um dos principais argumentos da empresa é que o custo para o lançamento de satélites em órbita caiu e continuará nesse ritmo de queda nos próximos anos.
A resposta para todas essas teorias nos aguarda, mas é fato que a inovação tecnológica está de mãos dadas com o meio-ambiente – e o futuro pode ser mais verde do que nós imaginamos.