Dois meses após assumir o cargo de primeira CEO da multinacional de mineração Anglo American no Brasil, a brasileira Ana Sanches foi nomeada no início de fevereiro presidente do conselho diretor da principal entidade do setor, o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O IBRAM representa as principais empresas e instituições ligadas ao setor mineral, e pela primeira vez conta com uma mulher em sua presidência.
O quadro de executivos que compõem o conselho diretor do Ibram é um retrato de que a presença feminina tem muito a ganhar de espaço. De 44 representantes de mineradoras, incluindo Sanches, somente oito são mulheres – menos de 20%. Ela é a única CEO. Das demais, apenas uma está na condição de representante titular por sua empresa; as outras seis, como suplentes.
Ana iniciou sua trajetória na Anglo American a 11 anos, passando pelo cargo de Gerente Financeira, CFO na área de Ferro e Níquel, CFO na área de Sustentabilidade, até chegar ao cargo de CEO da companhia. A indicação da executiva ao cargo já foi uma quebra de paradigma. Ela é a primeira mulher a ocupar essa posição na mineradora no Brasil. Foi escolhida para substituir Wilfred Bruijn (conhecido como Bill), que deixou a Anglo após vários anos à frente da produtora de minério de ferro, níquel e ligas de ferro-níquel no país.
Como CEO, a executiva passou a ter sob sua gestão uma empresa que gera cerca de 12 mil empregos (diretos e indiretos) e investimentos no país previstos de R$ 12 bilhões até 2027. Há uma meta de reduzir em 30% a emissão de gases do efeito estufa em suas unidades operacionais até 2030. Um dos focos de investimentos é energia renovável.
Ao Info Money Business, Ana Sanches comentou sobre esse novo passo em sua carreira. “O fato de uma mulher assumir, pela primeira vez, o cargo de presidente da Anglo American no Brasil e de presidente do conselho diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) é parte dessa jornada. Estou engajada para que essa representatividade contribua para atrair mais mulheres para o nosso setor e, juntos, homens e mulheres, possamos construir uma indústria cada vez mais sustentável e responsável, aprimorando as práticas ambientais, sociais e de governança, alinhadas aos anseios da sociedade”., relatou.