O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,83% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). A alta foi puxada pelo impacto sazonal do grupo Educação, que subiu 4,98% no mês.
O resultado do mês demonstra uma aceleração em relação ao mês anterior, considerando que o IPCA encerrou janeiro com um aumento de 0,42%. Em fevereiro de 2023, o índice teve uma elevação maior, alcançando 0,83%. Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,50% em 12 meses.
O desempenho superou as projeções do mercado financeiro, que antecipavam um aumento de 0,78% nos preços em janeiro. No acumulado, esperava-se uma elevação de 4,42%. As variações do IPCA têm efeitos diretos sobre a rentabilidade real de investimentos, no caso dos financiamentos, muitos deles são reajustados seguindo o indicador. Por isso, o saldo devedor aumenta mais ou menos também em função da inflação.
Sete dos nove grupos do IPCA tiveram alta no mês de fevereiro. Além de Educação (0,29 ponto percentual), o grupo de Alimentação e bebidas teve peso relevante na alta do mês, com 0,20 ponto percentual de contribuição no índice geral. A Alimentação no domicílio teve nova alta forte (1,12%), por influência das temperaturas mais elevadas neste início de ano e um maior volume de chuvas que prejudica a safra de produtos.
No contexto mais complexo de colheita, subiram os preços da cebola (7,37%), da batata-inglesa (6,79%), das frutas (3,74%), do arroz (3,69%). O grupo de Transportes voltou a ter uma alta que incomoda no índice geral. Todos os combustíveis (2,93%) pesquisados tiveram alta: etanol (4,52%), gasolina (2,93%), gás veicular (0,22%) e óleo diesel (0,14%).
Por fim, os preços da passagem aérea tiveram queda neste mês, 10,71% e reduziram o índice geral em 0,09 p.p. O grupo de Comunicação também teve alta relevante (1,56%), por conta de reajustes de tarifas anuais, casos da tv por assinatura (4,02%) e do combo de telefonia, internet e tv por assinatura (3,29%).