A cachaça não veio do Brasil, mas somos os maiores produtores

Conheça a origem de uma das bebidas mais consumidas no país.

Reprodução/IStock

Para falar de cachaça, primeiro precisamos falar da cana-de-açúcar. Originária da Nova Guiné, chegou ao Brasil em 1522, trazida pelo português Martim Affonso de Souza, se tornando a primeira grande cultura agrícola do país.

Apesar de não haver um registro preciso sobre o verdadeiro local onde a primeira destilação da Cachaça tenha sido iniciada, pode-se afirmar que ela se deu em algum engenho de açúcar situado no litoral do Brasil, sendo, portanto, o primeiro destilado da América Latina, antes mesmo do aparecimento do Pisco, da Tequila e do Rum.

Hoje a cachaça é o terceiro destilado mais consumido no mundo e movimenta R$15,5 bilhões anualmente no Brasil, produzindo cerca de 800 milhões de litros por ano. Minas Gerais é destaque no ranking de estados produtores, com 50% da produção certificada do país e 353 alambiques. O Sudeste concentra a maioria das cachaçarias, o equivalente a 66,2% da produção nacional.

Exportação da cachaça

Após queda nas exportações durante a pandemia, o setor produtor de cachaça já vinha mostrando recuperação em 2021, e em 2022 o setor registrou um recorde no valor exportado.  Foram US$ 18,47 milhões exportados, o maior valor dos últimos 12 anos e 54,74% maior que as exportações de 2021. O levantamento do Comex Stat, o sistema de dados de comércio exterior do governo federal, e compilados pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), traz dados de janeiro a novembro. Atualmente, a cachaça é exportada para 72 países. Em termos de valor exportado, os principais são os Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Itália, França e Paraguai

Esse sucesso é fruto do esforço das empresas que ao longo dos anos vem investindo no mercado internacional, além de ações estratégicas, como o Projeto Setorial “Cachaça: Taste the New, Taste Brasil”, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em parceria com o IBRAC. As empresas apoiadas pelo projeto foram responsáveis por pelo menos 65,4% deste valor recorde de exportação. O Programa de Qualificação para Exportação de Cachaça na versão agronegócio (PEIEX Agro Cachaça), outra iniciativa desenvolvida em parceria com o IBRAC, também tem apoiado o setor, preparando e qualificando as micro, pequenas e médias empresas para venderem no exterior.

Premiação internacional

Além de Minas Gerias ser destaque no ranking nacional de produção, suas cachaças conquistam prêmios mundiais. Diversos produtores tem seus produtos indicados para o Global Spirits Masters 2023, evento que acontece em Londres desde 2008 com o objetivo de listar os melhores destilados produzidas no mundo.

Fundada em 1980 em Salinas, cidade do sertão de Minas Gerais, a marca é conhecida como a maior produtora de cachaça artesanal do Brasil, e conquistou medalha de ouro no Global Spirits Masters 2023. A bebida contemplada na edição deste ano foi a Seleta Antônio Rodrigues.

Reprodução/Seleta

Lançada em uma versão limitada, a Seleta Antônio Rodrigues é envelhecida por sete anos em carvalho francês, o que a concede aroma adocicado com notas de caramelo, uma aparência dourada brilhante e sabor intenso. Pode ser apreciada pura ou na produção de drinks.

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