Nos últimos anos, a digitalização financeira fez com que diversos países investissem na criação de suas CBDC, sigla para Central Bank Digital Currency – ou Moeda Digital Emitida por Banco Central. Basicamente, trata-se de uma versão virtual da moeda do país, usada para realizar compras, estipular o valor de um produto, guardar para o futuro, entre outras finalidades.
Para se ter uma noção de como as moedas digitais representam o futuro do mercado financeiro, um total de 130 países, que juntos representam 98% do PIB global, estão atualmente explorando essa tecnologia em seus respectivos bancos centrais, segundo estudo do Atlantic Council dos Estados Unidos, um think tank de relações internacionais.
O Brasil não está fora desta tendência. O país está testando sua nova moeda digital, o DREX, ou Digital Real Exchange, uma inovadora representação digital da moeda oficial do Brasil, o Real. Jonatas Montanini, CGO e Co-Founder da Zuvia, empresa que atua com Tokenização, blockchain, criptomoedas e distribuição de ativos digitais, explica que, o Drex emerge como uma representação digital do mundo físico, operando e sendo supervisionado sob a tutela do Bacen e garantido pela segurança do blockchain. Esta moeda digital mantém uma equivalência direta com o real, adotando a relação fixa de 1 para 1 (R$ 1 = RD$ 1).
Além de digitalizar o Real, a ideia do Banco Central é avançar na tokenização do sistema. É importante diferenciar a digitalização de moedas, que se refere a uma conversão direta do formato físico para o digital, ou seja, 1 Drex será sempre igual a 1 real, da tokenização que é a transformação de bens e direitos em representações digitais, ou tokens, dentro de uma blockchain.
Assim, o impacto do DREX na tokenização é proeminente e tem grande potencial para impulsioná-la, uma vez que introduz uma forma digitalizada do Real. Segundo Montanini, a plataforma oferece uma estrutura robusta para a criação e negociação de tokens representativos da moeda brasileira, promovendo a digitalização dos ativos financeiros de forma mais ampla. Ao oferecer uma solução inovadora, ele pode catalisar a aceitação e integração de ativos financeiros tokenizados, facilitando transações e promovendo a inclusão financeira.
A tokenização do sistema financeiro nacional com o DREX pode agilizar substancialmente as transações. A representação digital da moeda simplifica processos, proporcionando eficiência e praticidade, além de reduzir os custos associados às transações financeiras. Além disso, a infraestrutura do Banco Central foi desenvolvida considerando a transição para o formato digital. Sua compatibilidade com estruturas de tokens existentes garante uma transição suave, promovendo a interoperabilidade e estabelecendo as bases para um ecossistema financeiro digital coeso e modernizado.