Nos últimos anos, a sustentabilidade emergiu como um imperativo incontestável nas estratégias empresariais contemporâneas, com amplo reconhecimento de uma força motriz para a inovação, competitividade e responsabilidade social corporativa. Empresas que adotam princípios sustentáveis não só respondem às demandas dos consumidores conscientes, mas também lidam com desafios globais como mudanças climáticas, escassez de recursos e desigualdades sociais. No entanto, de acordo com uma pesquisa divulgada pela consultoria Kearney, apenas 43% dos executivos C-level afirmam operar de forma integrada à transformação digital e à sustentabilidade. E, globalmente, somente 40% das empresas implementaram uma cultura pensada para um futuro que funcione para todos. Mas quem é responsável pela promoção dessas ações dentro da empresa?
Neste cenário, o RH tem expandido sua função nas organizações para além das responsabilidades tradicionais, abraçando um papel estratégico na integração de práticas sustentáveis. De acordo com Hosana Azevedo, Head de Recursos Humanos do Infojobs, o departamento não apenas cuida das pessoas dentro da empresa, mas também é responsável pela promoção de ações que visam o desenvolvimento sustentável das organizações.
“Em um mundo cada vez mais voltado para a conscientização ambiental, é essencial que as empresas ajam de forma responsável em relação aos recursos naturais e ao meio ambiente. Um RH estratégico permanece atento à visão do negócio, à sua posição junto aos colaboradores e ao mercado. Isso inclui a promoção de ações sustentáveis, destacando-se como uma área capaz de contribuir para o desenvolvimento de empresas socialmente conscientes”, explica a especialista.
Uma pesquisa da Opinion Box revela que 33% dos entrevistados consideram a sustentabilidade de uma empresa um fator muito importante na hora de comprar um produto ou serviço, enquanto 55% afirmam dar preferência às marcas sustentáveis. Isso destaca a importância de as empresas se tornarem mais sustentáveis não apenas por razões ambientais, mas também por questões de competitividade e imagem de marca.
“Na prática, o RH pode contribuir significativamente para a construção de uma cultura organizacional sustentável por meio de iniciativas como a eliminação do uso de papel, investimento na digitalização de arquivos, redução do uso de utensílios de plástico e incentivo à mobilidade urbana”, sugere Hosana.
Além de simplificar os processos burocráticos do RH, especialmente no recrutamento e seleção, a tecnologia tem sido uma poderosa aliada na promoção da sustentabilidade nesta área. “Atualmente, muitas empresas dispensam o uso de currículos em papel, contribuindo para a redução do desmatamento e também cumprindo os requisitos da LGPD. Da mesma forma, muitos recrutadores abandonaram o uso de fichas impressas para testes de candidatos, optando por softwares de recrutamento e seleção”, explica Hosana.
Essas medidas simples são essenciais para empresas que buscam investir em sustentabilidade e aprimorar seus processos. “Além disso, investir em treinamentos para as lideranças com o tema da sustentabilidade e promover ações colaborativas que incentivem o uso consciente dos recursos são medidas essenciais para criar um ambiente de trabalho sustentável e promover o engajamento dos colaboradores”, finaliza.