O ano de 2024 já começou marcado pelo final da corrida presidencial nos Estados Unidos. Vale lembrar que o último processo de eleição, em 2020, foi um dos mais conturbados da história, com o então presidente Donald Trump superado para o atual presidente Joe Biden – a derrota, contudo, não foi aceita, e foi realizada a recontagem dos votos. O que começou como uma recusa de Trump em aceitar o resultado das eleições, terminou com a invasão de seus apoiadores no Capitólio dos EUA no dia 6 de janeiro de 2021 e que repercute até hoje em todo o mundo.
Em debate presidencial promovido pela CNN no dia 10 de janeiro, a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, lembrou do acontecido. “Ele disse que 6 de janeiro foi um dia lindo. Acho que 6 de janeiro foi um dia terrível e nunca deveríamos querer que isso acontecesse novamente”, declarou a candidata do Partido Republicano.
É claro que as eleições do país mais influente do mundo vão de toda a forma impactar e repercutir em todos os cantos, sempre em ano eleitoral americano, o mundo todo acompanha de perto o desenvolvimento da corrida presidencial. A partir de 2016 essa corrida ganhou um novo participante um tanto quanto polêmico: amado por alguns e odiado por outros, Donald Trump tem dado o que falar.
Assim como aconteceu no Brasil com Bolsonaro, as casualidades da Covid-19 impactaram na popularidade do então presidente norte-americano, que acabou perdendo as seguintes eleições pós-pandemia. Mesmo com a derrota para Joe Biden, Trump fez questão de continuar em destaque nos últimos quatro anos e chega como grande favorito para a presidência estadunidense em 2024.
O mercado já começa a reagir aos resultados e especulações nesse começo de ano. Após vitória esmagadora do ex-presidente Donald Trump em uma das prévias do Partido Republicano, em Iowa, com 51% dos votos (comparado a 21% da segunda colocada Nikki Haley). Especialistas do mercado financeiro apontam que o resultado teria ajudado a criar um sentimento de aversão de risco, principalmente nos países emergentes.
As pesquisas para as eleições gerais também mostram uma vantagem contra o atual presidente Joe Biden, no que promete ser a principal disputa da corrida presidencial. Sócio da Novus Capital, Luiz Eduardo Portella avaliou, “Ele ganhou com uma margem folgada em Iowa e acho que trouxe um pouco do trigger, principalmente para nós. Acho que o mercado já está começando a olhar para a questão Trump”.
Em um dos pontos que mais pesa no mercado, é muito lembrado a política de Trump durante seu último mandato, onde adotou uma postura protecionista no geral e um discurso “anti-China”, que já é a algum tempo uma das principais economias do mundo, vista por muitos como possível ameaça ao reinado estado unidense como principal economia do mundo, visto o crescimento econômico exponencial que o país apresenta nos últimos anos.
“De 2017 a 2021 ele teve uma postura bem anti-China. Queria fortalecer o dólar, o mercado americano, levar de volta postos de emprego para o país. Isso gerou a chamada Guerra Comercial”, analisou Portella.
O mercado reage ao longo que as especulações e a corrida eleitoral avançam, assim como as pesquisas parciais. Nos resta esperar e ver como o mundo irá reagir a uma provável volta de Trump à presidência norte-americana ou a uma inesperada reviravolta durante os próximos meses.